O vereador em Lisboa Ângelo Pereira, que esta terça-feira suspendeu funções na sequência da investigação judicial Tutti Frutti, considerou "absurda" a acusação que lhe é imputada no processo, relativa a uma viagem à China enquanto foi vereador em Oeiras.
"A única acusação que me é imputada é uma alegada prática do crime de recebimento indevido de vantagem do montante de 598,02 euros referente a uma viagem de um evento realizado na China, pela empresa parceira organizadora do evento e em que participei na qualidade de vereador da Câmara Municipal de Oeiras", afirmou o social-democrata num comunicado, sublinhando não ter sido acusado dos factos constantes do processo relativos ao concelho de Lisboa.
As explicações do vereador
Segundo o vereador - reeleito presidente da distrital de Lisboa do PSD em abril de 2024, para um mandato de dois anos -, a empresa pagou a deslocação à China a nove pessoas e, por estar em representação da Câmara de Oeiras (distrito de Lisboa), "no limite, seria este município a suportar tal viagem e nunca" o próprio. Em causa, acrescentou, estão "factos ocorridos há mais de 10 anos".
"Esta acusação, a única que me é apontada, é injusta, imoral e absurda porque a deslocação foi feita ao município de Oeiras, não me competindo, naturalmente, suportar as despesas para cumprir as minhas funções", insistiu.
Ângelo Pereira é vereador do Desporto, da Higiene Urbana, da Segurança, da Estrutura Verde e da Proteção Civil, entre outros pelouros, no executivo liderado pelo social-democrata Carlos Moedas, que anunciou hoje ao final da tarde ter recebido o pedido de suspensão de mandato, "aceite de imediato".
Na nota distribuída aos jornalistas que se encontravam nos Paços do Concelho, aguardando as declarações de Moedas, Ângelo Pereira referiu ter pedido a suspensão de funções "para requerer a abertura de instrução", por estar "convicto da total ausência de responsabilidade penal a este respeito".