O ADN exige transparência, equidade e respeito pela dignidade de todos os eleitores, uma vez que considera não existir fiscalização do voto antecipado em lares, hospitais e instituições de internamento. João Abreu afirma que, em teoria, essa situação deveria garantir o direito de voto a cidadãos com mobilidade reduzida, mas diz ser uma prática para manipulação.

O partido aponta que a lei é clara ao definir que "a recolha dos votos deve ser feita por equipas organizadas pelas autarquias, com o apoio da Administração Eleitoral e das forças de segurança", que devem "garantir a confidencialidade e liberdade do voto; a presença de representantes das candidaturas, se assim o desejarem; e um espaço adequado para o exercício do voto".

No entanto, o cabeça-de-lista do ADN questiona quem fiscaliza esses processos. "Quem supervisiona? Quem são, afinal, os elementos que recolhem os votos? Foram todos os partidos informados e convidados a integrar o processo, como acontece nas mesas de voto? A ausência de supervisão independente compromete a neutralidade do processo e abre portas à suspeição, tendo em conta que “a presença de representantes das candidaturas, se assim o desejarem.”", aponta.

Além disso, o ADN levanta ainda uma questão, que diz respeito a "rumores de décadas": "Já estão alugados os autocarros para transportar os nossos idosos para votar? E quem é o elemento que os acompanha e “explica” em quem devem votar? Esta prática de décadas, além de desrespeitosa, é uma afronta à dignidade dos cidadãos mais vulneráveis."

O partido considera que existe pressão e desinformação nos lares: "muitos idosos são facilmente influenciáveis e, muitas vezes, desinformados". João Abreu aponta que "se cá fora ainda há quem pense que vota no Dr. Alberto João Jardim, imaginem aqueles que vivem a sua reta final «quase que num mundo à parte»".

Por fim, questiona se todos os idosos em lares e hospitais têm plena consciência do ato de votar. "A democracia exige mais do que o simples ato de 'descarregar' um voto exige que esse voto seja informado, livre e consciente", considera.

Por isso, apela a uma maior fiscalização por parte da Comissão Nacional de Eleições, que critica por "sacudir a água do capote" sempre que existem críticas. O ADN questiona "a razão da sua existência tendo em conta o
historial de reclamações ao longo de todas as eleições até agora, que acabam por não ser fiscalizadas, ao fim ao cabo nada fazem para proteger os mais vulneráveis da instrumentalização política".