"Estamos num momento crítico do debate sobre migrações a nível global, em que assistimos ao crescimento de discursos políticos extremistas que procuram transformar o medo em política e a diferença em ameaça. Não podemos ficar em silêncio. O nosso dever, enquanto autarcas e cidadãos, é afirmar de forma clara que a diversidade não é um problema a ser resolvido, mas uma realidade a ser valorizada”, afirmou hoje a vereadora Ana Bracamonte, responsável pelo pelouro da Diáspora e das Migrações na Câmara Municipal do Funchal (CMF).

Ana Bracamonte falava, na Sala da Assembleia Municipal, durante a abertura da Semana da Diversidade Cultural para o Diálogo e Desenvolvimento, uma iniciativa pioneira do Município do Funchal, com a conferência 'Diversidade Cultural: Estratégia para o Diálogo e o Desenvolvimento'.

Na ocasião, a vereadora sublinhou importância de abordar a diversidade cultural deve ir além da reflexão exigindo, igualmente, uma açcão concreta.

A autarca salientou que as migrações, quando “bem reguladas e humanizadas,” são parte integrante de uma sociedade mais justa, mais criativa e mais preparada para enfrentar os desafios. “Uma política migratória moderna deve conciliar rigor, humanidade e planeamento com acolhimento,” acrescentou.

Nesse sentido, reforçou ainda "o compromisso e a abordagem que o Município do Funchal tem vindo a implementar, através de uma política de proximidade e conhecimento", ao destacar a criação da Unidade da Diáspora e das Migrações, "uma estrutura pioneira, centrada no apoio à integração de todos os que escolhem o Funchal para viver".

Destacou ainda que, está já em curso o primeiro Estudo Diagnóstico da População Imigrante do Município do Funchal que, conforme realçou a autarca, “é um instrumento essencial para a compreensão das necessidades, desafios e contributos da comunidade migrante residente no município.”

Além disso, e ainda durante a conferência, foi oficialmente apresentada a campanha ‘Humanidade é Diversidade’, cujo obje~ctivo visa dar rosto e voz à riqueza humana, ao celebrar a pluralidade de origens, línguas e culturas que compõem a cidade do Funchal.

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“Queremos combater o preconceito com visibilidade. Queremos substituir a indiferença pela escuta. Queremos promover a aceitação como base de convivência democrática. Esta é a nossa cidade, que reconhece que a humanidade é, e sempre foi, diversidade”, concluiu.

A programação da Semana da Diversidade, contemplará diversas iniciativas centradas numa educação intercultural, na valorização da língua portuguesa como instrumento de inclusão, na expressão artística como ponte entre culturas, e no desporto como meio de convivência e integração.

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A 21 de Maio celebra-se o Dia Mundial da Diversidade Cultural para o Diálogo e o Desenvolvimento.