
Pelo menos 180 pessoas foram detidas esta quinta-feira em Istambul, quando tentavam participar numa manifestação do 1.º de Maio, na praça Taksim, emblemática para o movimento operário turco, mas proibida para manifestações pelo governo islamita.
A Associação de Advogados Progressistas da Turquia denunciou na rede social X que entre os detidos estavam alguns dos seus membros e que foram intercetados por agentes que controlavam o acesso à Praça Taksim, refere a agência EFE.
As autoridades turcas encerraram parcialmente três bairros do centro de Istambul, onde vivem cerca de 800.000 pessoas, para impedir as marchas dos sindicatos no Dia do Trabalhador até à emblemática Praça Taksim. A área encerrada ao trânsito, no todo ou em parte, com algumas avenidas a permitir a saída, mas não a entrada de automóveis, abrange cerca de 25 quilómetros quadrados no lado europeu de Istambul.
A área situa-se tanto na península histórica como nos bairros de Beyoglu e Sisli a norte do Corno de Ouro, segundo a agência de notícias espanhola EFE. Os transportes públicos foram igualmente suspensos nestas zonas e praticamente todos os transportes marítimos entre a parte asiática e a parte europeia de Istambul foram cancelados.
Está prevista para o meio-dia (hora local, 10:00 em Lisboa) uma marcha dos principais sindicatos turcos na esplanada de Kadikoy, na zona asiática da cidade, autorizada pelo Governo.
Nos últimos três dias, a polícia deteve cerca de 100 pessoas em Istambul, em várias rusgas durante a madrugada, por terem apelado em conferências de imprensa ou nas redes sociais a uma marcha em Taksim no 1.º de Maio.
A manifestação do Dia do Trabalhador em Taksim foi proibida após um tiroteio nunca esclarecido em 1977 na praça, que matou 34 pessoas.A marcha só voltou a ser autorizada em 2010, mas o Governo proibiu-a novamente apenas três anos depois, em 2013, até esta quinta-feira.
Também em Ancara, partes da cidade foram encerradas ao trânsito, embora esta quinta-feira, feriado oficial na Turquia, se realizem marchas sindicais em todas as províncias do país.