Para que serve um cêntimo ou dois? Por estes dias fiquei estarrecido: no ano passado Portugal importou 26 milhões de moedas de um cêntimo e 34 milhões de dois cêntimos.
As campanhas eleitorais são feiras nas quais os líderes partidários parecem modelos na passerelle de uma produção de moda rasca, montadas em manequim de plástico.
Para muitos portugueses, viver na cidade é já uma miragem. Desde 2017, Lisboa perdeu 30 mil eleitores para concelhos periféricos, alterando a demografia.
Reparem na cara dos alunos, a descoberta que se desenha nos seus olhos, a informalidade de estarem ali sentados no chão com os monitores a falar-lhes deste quadro.
Da mesma forma que a classe política piorou, também o que hoje muitas vezes se apresenta como liberalismo é apenas uma réplica mal feita da ideia original.
Um ramo de flores abandonado, mesmo sendo secas as flores, é uma visão que evoca ruturas, é o testemunho de uma vontade de partilhar afetos que foi interrompida.
Os postigos são o paraíso dos voyeurs, nem sei como é que Alfred Hitchcock não os usou em nenhum filme, eles são as janelas indiscretas sobre a vida dos outros.
Um dia destes começam a surgir nas feiras de velharias, em ornamentais medalhões, as credenciais oficiais de políticos deixados cair pelos partidos respetivos.
Queixamo-nos muito da falta de limpeza das ruas, mas uma parte da responsabilidade é das pessoas, que não hesitam em deixar no chão o que calha e que fazem o que lhes apetece sem pensar nos outros.
Publicado há 96 anos, o Borda D'Água tem todo o tipo de informação útil para o ano. Infelizmente, ainda não me consegue dizer o que se passará na política.
Aqui se estreia uma espécie de diário, com periodicidade semanal, em que Manuel Falcão deixa reflexões e desabafos. Acompanhe estes "Pensamentos Ociosos", sempre à sexta-feira, no SAPO.
Com o novo Governo finalmente a ser nomeado esta semana, e enquanto andam nos bastidores listas de nomes para o elenco, vale a pena olhar para a área da Cultura. O problema essencial não é saber o nome que vai ser indicado, mas sim perceber qual o peso político efectivo da pessoa que fôr designada p