O filme de animação "Guerreiras do K-Pop", uma produção norte-americana que celebra a cultura pop sul-coreana, tornou-se num dos fenómenos de popularidade deste verão, depois da estreia há um mês na plataforma de streaming Netflix.

Com o fenómeno original surgiu um outro, nascido na versão dobrada em português do Brasil. O refrão “É você quem vejo / Sempre que eu bebo / O meu guaraná / Meu pequeno guaraná” tornou-se um dos mais populares de 2025. A música faz parte da banda sonora do filme de animação e já bateu recordes na Billboard e em plataformas de streaming musicais.

A banda sonora do filme também teve uma edição discográfica e, segundo a AP, é a mais bem classificada de 2025 só nos Estados Unidos, com oito canções a figurarem na tabela "Billboard Hot 100".

Luta contra demónios

"Guerreiras do K-Pop" é uma produção da Sony Pictures Animation, realizada por Maggie Kang e Chris Appelhans, e apresenta-se como um musical de animação de ação, sobre um trio pop feminino, Huntr/x, que luta contra demónios. O filme convoca vários elementos da cultura popular sul-coreana, seja da mitologia, do cinema de animação, da banda desenhada ou da música pop, designada K-Pop, e cuja popularidade teve um enorme crescimento nas últimas décadas noutros países.

Os fãs da cultura coreana e da K-Pop, que têm uma grande presença nas redes sociais, "inundaram a Internet com arte, versões, 'cosplay' e coreografias em resposta ao filme", escreveu a agência noticiosa Associated Press (AP).

Na Netflix, onde foi disponibilizado a 20 de junho, "Guerreiras do K-Pop" está na tabela dos 10 filmes mais vistos em 93 países, incluindo Portugal, onde, na semana passada, era o segundo com mais visualizações.

Maggie Kang, realizadora sul-coreana radicada nos Estados Unidos, que começou a trabalhar em animação nos estúdios DreamWorks, contou em entrevista ao jornal “The New York Times” que queria fazer um filme que celebrasse a cultura sul-coreana, acabando por mergulhar no imaginário dos caçadores de demónios.

"Também queria ver super-heroínas com as quais fosse mais fácil identificar-se, que gostassem de comer e fazer caretas. Não estávamos a tentar torná-las apenas bonitas, sensuais e 'fixes'", disse a realizadora.

A plataforma de streaming Netflix está presente em mais de 190 países e conta com mais de 300 milhões de adesões pagas.