
Na preparação da próxima Cimeira da NATO, o eurodeputado português Hélder Sousa Silva elogiou o novo impulso da Comissão Europeia à autonomia estratégica em matéria de defesa, salientando que a ameaça de uma invasão no território europeu deixou de ser uma possibilidade remota e exige agora respostas firmes e coordenadas por parte dos Estados-membros.
Durante a sessão plenária do Parlamento Europeu, realizada esta semana em Estrasburgo, Hélder Sousa Silva — que integra a Comissão da Segurança e Defesa — destacou o apoio da Comissão aos 27 países da União, mediante novos instrumentos financeiros como o SAFE (Security Action For Europe) e o EDIP (European Defence Industry Program). Estes programas canalizam mais de 150 mil milhões de euros para o reforço das indústrias de defesa europeias, visando garantir forças armadas mais preparadas, modernas e capazes de proteger o território europeu sem depender exclusivamente dos EUA.
Para o eurodeputado, este investimento representa não apenas um reforço das capacidades militares, mas também um importante motor económico, ao gerar emprego qualificado, promover a inovação tecnológica e contribuir para a valorização do tecido industrial europeu.
A intervenção de Hélder Sousa Silva surge no contexto da Cimeira da NATO, marcada para os dias 24, 25 e 26 de junho, nos Países Baixos, onde estará em cima da mesa o compromisso dos aliados com o aumento da despesa pública em defesa. Portugal já anunciou que deverá atingir este ano os 2% do PIB em gastos militares, uma meta estabelecida no âmbito da Aliança Atlântica.
No seu discurso, o eurodeputado português reforçou ainda a importância de a União Europeia demonstrar que pode caminhar para uma maior autonomia estratégica dentro da NATO, afirmando que “o pilar europeu da NATO tem de provar que consegue, sozinho, defender a Europa”.
Com os conflitos em curso nas fronteiras orientais e as constantes ameaças híbridas, digitais e convencionais, Hélder Sousa Silva defendeu que a UE deve estar pronta para responder sem hesitações. “Hoje, em todas as fronteiras da União, há sérias ameaças à nossa segurança coletiva. Este investimento é uma resposta clara, estruturada e corajosa”, concluiu.
A discussão em Estrasburgo marcou, assim, um passo decisivo na construção de uma política europeia de defesa mais robusta, alinhada com os compromissos da NATO, mas com valores e prioridades próprias, num momento em que a estabilidade global depende cada vez mais da capacidade de resposta do bloco europeu.