
Portugal foi eliminado do Europeu sub-21, após perder por 1-0 com os Países Baixos Poku marcou o único golo dos neerlandeses, na parte final do encontro, sendo que o conjunto de Reiziger atuou mais de 70 minutos com menos uma unidade em campo, por expulsão de Ruben Van Bommel. Neste sentido, é verdade a geração portuguesa está longe de ser uma das melhores dos últimos anos, mas não seria de esperar tamanha incapacidade perante um adversário em inferioridade numérica, Portugal até entrou bem, criando algumas ocasiões nos primeiros minutos e resto da 1ª parte, mas curiosamente, a turma de Rui Jorge não soube lidar com o facto de ter mais um homem em campo e o próprio selecionador, que pode estar a fazer a despedida do cargo 15 anos depois não pareceu tornar as melhores opções ao longo dos 90`. Sem grandes explicações, Portugal nunca colocou o guarda-redes Roefs e a defesa contrária em, sobressalto. A ausência de Roger, que tinha sido peça chave na fase de grupos não ajudou, retirando poder ofensivo à equipa, mas não explica tudo.
A convocatória efetuada tinha lacunas (demasiados médios e poucas unidades de ataque, sobretudo após a lesão de Fábio Silva) e focou claro que não existiu banco para dar a volta ao texto, As apostas em Carlos Forbs (traz velocidade, mas decide quase sempre mal) e João Marques (raramente calçou em Braga e Barcelos na última época) roçam o sofrível e Henrique Araújo entrou muito mal na partida.
Para não bastar, Quenda, que foi a melhor unidade ao longo do torneio, desperdiçou um penálti, sabendo-se que um 1-0 contra 10 tornaria a missão bem mais facilitada. Por outro lado, Mateus Fernandes (dificuldade contra blocos mais fechados) e Paulo Bernardo não estiveram ao seu melhor nível neste torneio, ao contrário de Diogo Nascimento. O médio do Vizela mostrou a sua tecnica, inteligência e visão, além de se mostrar sempre fresco, rotativo e disponível para receber o esférico e melhorar a construção. Também Rodrigo Pinheiro e Chico Lamba fizeram um bom torneio, enquanto Nazinho mostrou mais qualidade a defender do que a atacar e Muniz ficou mal na fotografia neste último duelo (muito passivo e lento). Em suma, não se esperava que Portugal ganhasse a prova (existem seleções com mais recursos), mas sair nestas circunstâncias soou a uma eliminação precoce e pouco admissível. Por outro lado, já decorre o Mundial de Clubes, competição nova da FIFA, que tem gerado mais expectativa na Américas do Sul do que na Europa.
Os conjuntos americanos têm-se apresentado a bom nível, inclusivamente o Inter de Miami, que derrotou, de forma surpreendente, o FC Porto e deixou a vida dos Dragões na prova muito complicada. Messi ainda faz das suas e o Palmeiras já tinha sido um osso duro de roer. Já o Benfica tem maiores expectativas, mas também não tem encantado, vivendo numa encruzilhada entre um fim de época triste e uma preparação de uma nova época complicada, com eleições pelo meio.
Orlando Fernandes