
O Município de Tomar está a promover uma intervenção urgente no pórtico da emblemática igreja de Santa Maria dos Olivais, numa obra que visa travar a degradação avançada deste património nacional e garantir a segurança de visitantes e fiéis. A reabilitação, embora não seja da responsabilidade direta da autarquia, foi assumida após solicitação da Paróquia de Tomar, face ao risco de ruína parcial e à importância simbólica do edifício.
Classificada como Monumento Nacional desde 1910, Santa Maria dos Olivais é um dos principais ex-libris de Tomar e antigo panteão da Ordem dos Templários. A degradação do pórtico gótico, com perda significativa de volumes nas pedras das arquivoltas, capitéis e colunatas, motivou a ação urgente do município, que adjudicou a obra à empresa Signinum – Gestão de Património Cultural, responsável por anteriores trabalhos de restauro na cidade.
A intervenção, com um custo de 20.025,23 euros e um prazo de execução de dois meses, conta com a aprovação do Instituto Português do Património Cultural e foi precedida de consulta pública. Entre os trabalhos previstos estão a limpeza de vegetação e líquenes, remoção de argamassas e cimentos desadequados, refechar juntas com argamassa de cal, colagem de fragmentos com resina epóxida e injeção de resina em fissuras para evitar novas fraturas.
Quando necessário, será ainda feita a reintegração volumétrica das partes em falta, com argamassas à base de cal natural, devidamente testadas quanto à resistência e compatibilidade estética. No final, o pórtico será protegido com impregnante à base de siloxanos, para garantir a resistência à infiltração de águas pluviais.
Construída no século XII sobre um antigo mosteiro beneditino visigótico, Santa Maria dos Olivais tornou-se, no século XIII, modelo da arquitetura gótica mendicante portuguesa, influenciando vários templos do país. Após a extinção da Ordem do Templo, em 1314, passou a sede da Ordem de Cristo, mantendo a sua função funerária.
Esta intervenção reafirma o compromisso da Câmara de Tomar com a preservação do património histórico, mesmo em situações que escapam à sua tutela direta, contribuindo para a valorização do legado templário e da memória histórica da cidade.