
alentejo centrO Município de Reguengos de Monsaraz lançou um concurso público para a execução da empreitada de requalificação da Praça Dr. Manuel Fialho Recto, em São Pedro do Corval.
O anúncio do procedimento foi publicado recentemente, tendo como preço base o valor de 568.005,16 euros (sem IVA).
A intervenção, com um prazo de execução previsto de 365 dias, integra-se numa candidatura ao abrigo do Aviso ALT2030-2024-19, do Programa Regional do Alentejo 2030. O projeto de execução foi desenvolvido pela empresa Safara Cameirão – Arquitectura e Património e resulta da evolução de um estudo prévio previamente apresentado e discutido com a população local em sessão pública realizada na Casa do Barro, a 6 de março de 2025.
A proposta de intervenção tem como principais objetivos reforçar a identidade da praça, melhorar as condições de circulação pedonal e ordenar o tráfego automóvel. Serão introduzidos elementos como mobiliário urbano desenhado especificamente para o espaço, um jardim de água com repuxos, uma pérgula, novas árvores e zonas de estar com sombra, além de um quiosque de apoio a eventos e convívio.
O projeto, consultado pelo Jornal ODigital.pt, prevê a reorganização do estacionamento automóvel, com a criação de 14 lugares, incluindo um ponto de carregamento para veículos elétricos e espaços destinados a cargas e descargas, táxis e pessoas com mobilidade condicionada. A circulação automóvel ficará condicionada a moradores, comerciantes locais, transportes públicos e veículos de emergência. Está também prevista a demolição parcial e contenção de fachada do edifício da Câmara Municipal, situada a nascente da praça, embora esta operação não esteja incluída nesta empreitada.
A proposta urbanística contempla a utilização de materiais locais, como tijoleira de barro vidrado e mármore branco de Estremoz, numa abordagem sustentável e com valorização da herança patrimonial e cultural local, associada à tradição oleira de São Pedro do Corval.
Em termos de vegetação, o projeto distingue três zonas principais: árvores para ensombramento na área de estacionamento (Acácias-do-Japão), espécies ornamentais no jardim central (Olaias), e vasos com pequenas oliveiras e alecrim rastejante junto à igreja. Quatro árvores existentes, da espécie Ligustrum lucidum, serão abatidas ou transplantadas para viveiro municipal, por se considerar que as suas características desaconselham a permanência no local.
O sistema de rega será automático, com comando elétrico e sensores de chuva, permitindo uma gestão eficiente dos recursos hídricos. As condutas serão enterradas e protegidas, garantindo a integridade da instalação e a harmonia visual do espaço.
O projeto assegura a plena acessibilidade de pessoas com mobilidade condicionada, com a eliminação de barreiras, introdução de pavimentos adequados e zonas de manobra e permanência.
A intervenção poderá ter impacto arqueológico, sendo prevista a instrução de um Pedido de Autorização para Trabalhos Arqueológicos (PATA) e a eventual realização de sondagens, mediante articulação entre o dono da obra, projetistas, fiscalização e empreiteiro.
A calendarização da empreitada abrange 12 meses, com início previsto após a adjudicação, e inclui fases como demolições, movimentação de terras, fundações, revestimentos, pavimentos, instalação de mobiliário urbano, redes de águas, esgotos, eletricidade e paisagismo.