
Os moradores da freguesia de Ul e frequentadores do Parque Temático Molinológico não param com os alertas relativos à poluição no Rio Ul. O Correio de Azeméis continua a receber contactos com fotografias e vídeos que relatam o aparecimento da chuva diariamente no rio.
Um problema antigo
“Tenho sentido esta poluição no Rio Ul há já muitos anos, mas assim tão forte, como está a ser agora, há um mês. Dá a entender que as descargas são feitas durante a noite. Durante a manhã ainda vão aparecendo estes vestígios, depois à tarde acalma um bocado”.
Fernando Almeida, morador
Sentimento de vergonha
“Isto dá mau aspeto e mau nome a Ul e Oliveira de Azeméis. Faz doer o coração ver uma coisa destas, até porque no meu tempo de infância o rio era a praia dos pobres e agora nem isso, nem isso. Podíamos ter uma praia fluvial espetacular, fantástica, mas não há nada aqui. Sinceramente, não acredito que isto tenha a ver só com a ETAR. Pode ter, mas não deve ser só a ETAR, deve vir de outra fonte”.
Ivone Almeida, moradora
Problema a jusante da ETAR
“Moro ao lado da ETAR de Salgueiro e lá não tem esta espuma. O que se sente é mau cheiro e aqueles mosquitos. Fiz a viagem de Santiago de Riba-Ul até aqui, ao Parque Temático Molinológico e parei na ponte de Madail, da estrada de Figueira de Madail, e lá não tem espuma nenhuma. Por isso é que acho que [o problema] não tem a ver com a ETAR de Salgueiro. O problema tem que estar para cá [a jusante].”
Abel Soares, morador
Apelo à Ministra do Ambiente
“Estamos em altura de eleições, com promessas e vêm todos para a rua, mas nós não acreditamos. Este executivo da Câmara Municipal e a Associação de Municípios de Terra de Santa Maria andam a brincar com o povo e isto não pode continuar. Queremos justiça, queremos que a Ministra do Ambiente e Energia, Maria Graça Carvalho, veja estes vídeos e que isto chegue ao parlamento para encontrar uma solução e se saber o que se está a passar neste concelho.
A resposta do problema ser gerado pela ETAR encaro como um “tapa olhos” para o povo. Para mim é tudo uma treta. Para mim não tem nada a ver com espumas, mas sim com descargas que estão a fazer. Fica aqui o meu ponto de dúvida que não seja só a ETAR. Não vou falar em nomes, mas há outras coisas pelo meio. Só que isto tem que ser investigado. Não desisto e não vou desistir enquanto eu não vir este problema resolvido. Como cidadão desta terra, eu tenho que ver este rio limpo como como eu o conheci quando era pequeno. Tomei muito banho aqui”.
Nilton Oliveira, morador
