Na fronteira entre a Bielorrússia e a Polónia, onde muitos buscam melhores condições de vida, enfrentam-se inúmeras adversidades. Os Médicos Sem Fronteiras, que prestam auxílio a algumas dessas pessoas, descrevem essa área como a “zona da morte”.

Apesar dos esforços para conter esses movimentos migratórios em países não pertencentes à União Europeia (UE), as pessoas continuam a tentar atravessar as fronteiras, seja por mar ou por terra, em busca de segurança e proteção na UE. No entanto, são recebidas com cercas fortificadas, violência física e humilhação verbal.

O relatório mais recente da organização humanitária Médicos Sem Fronteiras, intitulado “Death, despair and destitution: the human costs of the EU’s migration policies”, revela as condições enfrentadas por essas pessoas entre agosto de 2021 e setembro de 2023.

Segundo o relatório, os pacientes dos MSF relataram terem sido forçados a retornar repetidamente durante a jornada, muitas vezes enfrentando agressões físicas, detenções e humilhação verbal por parte das autoridades estatais.

Um paciente dos MSF na Bielorrússia descreveu sua experiência do último ano: “Estive no hospital três dias porque estava doente. Pedi por proteção, mas fui obrigado a voltar para a Bielorrússia sem nada, sozinho. Os guardas da fronteira vieram ao hospital e levaram-me para a prisão. Três horas depois, voltei para a fronteira.”

Os MSF alertam que o muro erguido entre a Bielorrússia e a Polónia apresenta riscos de lesão, e as pessoas podem ficar presas entre as fronteiras, expostas a violência e condições climáticas extremas, agravando problemas de saúde física e mental.

Essa área é frequentemente referida como a “zona da morte” pelos pacientes atendidos pelos MSF, revelando as duras realidades enfrentadas por aqueles que buscam refúgio e segurança na Europa.