O Município de Mourão enviou uma carta direcionada ao ministro do Ambiente e Ação Climática, Duarte Cordeiro, no dia 20 de novembro, expressando preocupação com o atraso na elaboração do Programa Especial de Albufeira de Alqueva e Pedrógão (PEAAP). A autarquia destaca a urgência em acelerar a concretização deste programa, alertando para possíveis conflitos no uso das albufeiras, com potenciais prejuízos para o impacto ambiental, a economia regional e os recursos naturais.

A Barragem de Alqueva, considerada o maior lago artificial da Europa, teve um impacto significativo no concelho de Mourão, que perdeu cerca de um terço do território com o enchimento da barragem. Além disso, áreas como as freguesias de Mourão e Granja, cuja atividade agrícola é o principal motor económico, não beneficiaram da existência de um bloco de rega.

A autarquia sublinha que os cinco anos de atraso na elaboração do Programa Especial de Albufeira de Alqueva e Pedrógão têm o potencial de intensificar a desigualdade territorial. Esta situação, além de prejudicar o desenvolvimento local, coloca em risco o setor turístico, considerado um elemento-chave para a coesão social e territorial, comprometendo os esforços de combate à desertificação na região.

Na carta enviada ao ministro, é enfatizada a urgência e importância da elaboração deste plano, salientando que a lentidão na sua realização está condicionada fortemente às expectativas dos agentes locais e regionais do Alentejo. O Plano de Ordenamento das Albufeiras do Alqueva e Pedrógão (POAAP), atualmente em vigor, carece de revisão e atualização.

O Município de Mourão dirigiu duas perguntas diretas ao ministro Duarte Cordeiro, solicitando informações sobre os dados previstos para a conclusão do Plano e o estado atual em que se encontra o mesmo.