Morreu Eduardo Gageiro, o fotojornalista do 25 de abril, durante esta madrugada com 90 anos.

Originário de Sacavém, e um de três irmãos, os seus pais eram proprietários de uma modesta casa de pasto, onde também se vendia bacalhau e se aquecia as marmitas dos trabalhadores da Fábrica de Louça de Sacavém, que ficava defronte.

Cedo começou a aviar copos de vinho aos trabalhadores da fábrica, onde também ingressou, por volta dos 11 anos, como paquete, por ordem do pai, e depois como empregado de escritório.

Com apenas 12 anos tomou de empréstimo uma máquina de plástico do irmão (Kodak Baby) e começou a receber aulas de arte e composição do escultor Armando Mesquita, trabalhador na fábrica de Louça de Sacavém. Fotografava os trabalhadores à saída da fábrica e viu uma fotografia sua publicada na primeira página do Diário de Notícias em 1947.

Vista geral da exposição Factum de Eduardo Gageiro, na Galeria Municipal, no Torreão Nascente da Cordoaria Nacional (2024) promovida pela EGEAC. [7] Começou a sua actividade de repórter fotográfico em 1957 no Diário Ilustrado, e a partir daí dedicou toda a sua vida ao foto-jornalismo, colaborando com O Século, o Almanaque, o Match Magazine bem como a Eva, a Associated Press (Portugal) e a Companhia Nacional de Bailado.

Foi também editor da revista Sábado até ao seu término em 1993.

Esteve dois meses retido pela PIDE em Caxias, sendo libertado após pressão dos correspondentes da Associated Press junto do Ministro dos Negócios Estrangeiros, Rui Patrício. ´

Foi colaborador das principais publicações portuguesas e estrangeiras e da Presidência da República.

Tem trabalhos reproduzidos um pouco por todo o mundo, com os quais ganhou mais de 300 prémios internacionais.

Foi o único fotógrafo do mundo a fotografar os terroristas que sequestraram os atletas israelitas da aldeia olímpica nos Jogos Olímpicos de Munique, em 1972.

Em 2019 a CentroTV entrevistou-o a propósito de uma exposição que realizou em Coja, no concelho de Arganil: