A iniciativa Mercado do Património Cultural Imaterial vai decorrer no sábado e no domingo em Estremoz, no jardim municipal, com a presença de 59 “mestres do saber-fazer” em Portugal, revelou a organização.

O evento, com o artesanato em destaque, promovido pela Confraria do Boneco de Estremoz, pretende apresentar na cidade do distrito de Évora “os vários saber-fazer identitários das várias regiões do país”, com a presença de “grandes mestres, criteriosamente selecionados, garantindo a essência e tradição do produto a expor”, disse à agência Lusa o grão-mestre da confraria, Alexandre Correia.

O certame, que integra exposição, demonstração e venda dos produtos, com entrada gratuita, é, segundo o município, de “dimensão nacional diferenciador e único”.

O responsável da confraria explicou que quem visitar este evento “vai sentir-se em cada uma das oficinas” de cada um dos mestres presentes, “pois eles vão estar a fazer demonstrações do seu trabalho”.

“O visitante vai ‘mergulhar’ em cada romaria do nosso país, vai ter contacto direto e conhecer a história de cada um destes saberes fazeres identitários de cada território e vai poder conhecer, conversar e conviver de perto com cada um destes mestres, os verdadeiros guardiões do saber-fazer”, realçou Alexandre Correia.

Segundo os promotores, a iniciativa, que tem o apoio da Câmara de Estremoz, inclui ainda várias conferências sobre o Património Cultural Imaterial, tendo como oradores investigadores desta área, colecionadores de artesanato, e representantes do Instituto do Emprego e Formação Profissional, do Centro de Formação Profissional para o Artesanato e Património (CEARTE) e da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo, parceiros desta iniciativa.

O evento pretende também servir para dar esclarecimentos aos artesãos sobre apoios, e conta ainda com uma mesa-redonda com a presença de mestres artesãos, e animação musical.

Segundo a organização, vão estar expostos no certame Bonecos de Estremoz, em barro, Figurado de Barcelos, filigrana, camisolas poveiras, cantarinha dos namorados, máscaras do Carnaval de Lazarim, olaria de Mafra, santeiro de São Mamede do Coronado, cestaria, arte pastoril em madeira e em cortiça, renda de bilros, mobiliário pintado do Alentejo, lãs da Serra da Estrela, mantas alentejanas e cantaria de Gáfete.

Os visitantes podem também apreciar cerâmica das Caldas da Rainha, capa de honras, bordado de crivo de São Miguel da Carreira, olaria de Redondo e de São Pedro do Corval, lenços dos namorados, fiação de lã, olaria da Bajouca, cabeçudos e gigantones, botas ribatejanas, flores de Campo Maior, talhas em barro, ferro forjado, bunho, viola campaniça, capotes alentejanos e chocalhos.

Cutelaria da Benedita, tecelagem de Almalaguês, talha de Paços de Ferreira, máscaras dos Caretos, cestas de junco, estanhos da Bodiosa, viola amarantina, peles do Alentejo, escultura em mármore de Estremoz, azulejaria de Azeitão, esparto e olaria de Molelos vão estar também no Mercado do Património Cultural Imaterial.

A Produção de Figurado em Barro de Estremoz, vulgarmente conhecida como Bonecos de Estremoz, foi classificada como Património Cultural Imaterial da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) em 07 de dezembro de 2017.

A Confraria do Boneco de Estremoz, de acordo com o município, tem como principal missão “a defesa e salvaguarda do património cultural material e imaterial que diga respeito ao Boneco de Estremoz”, pugnando pela “sua genuinidade e qualidade nos termos em que foi inscrito na Lista Representativa de Património Cultural Imaterial da UNESCO”.