Na última reunião entre a Coordenadora das Comissões de Utentes do Litoral Alentejano e o Conselho de Administração da Unidade Local de Saúde do Litoral Alentejano, realizada em 13 de Novembro, foram discutidas preocupações cruciais relacionadas à prestação de cuidados de saúde na região. Entre as principais questões abordadas, destacam-se a falta de profissionais de saúde em diversas categorias e os tempos de espera que excedem os limites legais.

Falta de Profissionais de Saúde e Tempos de Espera Acima da Lei: Um Panorama Preocupante

Dentre os desafios enfrentados pela região, a escassez de profissionais de saúde foi apontada como uma das principais preocupações. A carência abrange médicos, enfermeiros, assistentes técnicos, assistentes operacionais, técnicos de diagnóstico e terapêutica, entre outros. Além disso, os tempos máximos de resposta garantidos, conhecidos como “tempos de espera”, foram destacados como excedendo os limites estabelecidos pela legislação.

Cuidados de Saúde Primários em Risco:

Na esfera dos cuidados de saúde primários, a situação é crítica. Cerca de 25.000 utentes estão sem médico de família, e a falta de 100 enfermeiros em toda a unidade de saúde compromete ainda mais a qualidade do atendimento. A extensão de saúde da Comporta, em Alcácer do Sal, está atualmente sem médico, e a prática de deslocação de médicos a certas extensões de saúde apenas uma vez por mês é uma realidade, como no Canal Caveira, em Grândola. A ausência de planos para a substituição de médicos à beira da aposentadoria é uma preocupação adicional.

Cuidados de Saúde Hospitalares sob Pressão:

No âmbito hospitalar, o Hospital do Litoral Alentejano enfrenta desafios significativos. Com apenas um médico reumatologista para mais de 100.000 utentes, a espera por consultas e cirurgias ultrapassa, em alguns casos, centenas de dias. A dependência de empresas de trabalho temporário para fornecer médicos é uma prática que persiste, e os utentes continuam a percorrer longas distâncias para realizar exames.

Exigências dos Utentes para uma Saúde de Qualidade:

Diante desses desafios, os utentes da região estão exigindo ações imediatas. Entre as demandas estão a redução do número de utentes por médico de família, obras de reabilitação nas extensões de saúde, reabertura de novas extensões de saúde, reabertura do Serviço de Atendimento Permanente no Centro de Saúde de Grândola, e a implementação de condições para a realização de exames complementares de diagnóstico em toda a região.

Ações de Luta e Apelos à Compreensão:

Em resposta a esses desafios, as Comissões de Utentes do Litoral Alentejano convocam a comunidade a participar de ações de luta. Uma concentração de médicos e utentes está agendada para o dia 14 de Novembro, em frente ao Hospital de Santa Maria. As comissões também apelam à compreensão dos utentes durante a greve marcada pela Federação Nacional dos Médicos nos dias 14 e 15 de Novembro, destacando que essas ações visam defender o Serviço Nacional de Saúde.

O Litoral Alentejano clama por melhorias urgentes na prestação de cuidados de saúde, e a mobilização dos utentes é crucial para garantir um sistema de saúde mais eficiente e acessível a todos. A comunidade está atenta e comprometida em lutar por um serviço de saúde digno e eficaz.