A tensão na região do Médio Oriente permanece elevada à medida que o líder do Hezbollah, Sayyed Hassan Nasrallah, proferiu o seu primeiro discurso público desde o início do conflito, lançando um aviso a Israel: “Todos os cenários estão em aberto na nossa frente sul libanesa”. Nasrallah falou num discurso transmitido pela televisão, abordando diversos tópicos relacionados com a situação atual.

O líder do Hezbollah elogiou o ataque lançado pelo Hamas contra Israel e sublinhou que a resistência islâmica no Líbano já estava envolvida no conflito desde 8 de outubro, um dia após o início da “operação tempestade Al-Aqsa” pelo Hamas em Gaza. Durante o discurso, Nasrallah enfatizou que o Hezbollah está a monitorizar de perto as operações na zona fronteiriça.

Apesar do aumento das tensões na fronteira entre o Líbano e Israel, este foi o primeiro discurso público de Nasrallah desde o início do conflito. O movimento xiita Hezbollah, aliado do Irão, já disparou contra posições militares israelitas nas zonas fronteiriças, contribuindo para a escalada da situação.

Nasrallah reconheceu as especulações sobre a possibilidade de o Hezbollah entrar rapidamente numa guerra total com Israel, mas esclareceu que, até agora, o foco tem estado nas ações ao longo da fronteira sul do Líbano. No entanto, o líder do Hezbollah deixou claro que as opções estão abertas e podem ser adotadas a qualquer momento.

O líder do Hezbollah salientou que as ações na fronteira sul do Líbano já tiveram um impacto significativo ao forçar Israel a concentrar recursos e pessoal na região, que originalmente estavam destinados a Gaza. Nasrallah advertiu Israel contra a possibilidade de um ataque preventivo ao Líbano, considerando-o o ato mais insensato da história do país. Ele também destacou a real possibilidade de o conflito se intensificar para uma guerra total, instando Israel a considerar esta situação com seriedade.

Além de dirigir as suas palavras a Israel, Nasrallah criticou os Estados Unidos, responsabilizando-os pela agressão à Faixa de Gaza e pela obstrução de um cessar-fogo. Nasrallah considerou que os Estados Unidos devem ser responsabilizados e punidos pelas suas ações.

O líder do Hezbollah também expressou preocupação com a retórica e ameaças dos Estados Unidos, recordando os acontecimentos no Líbano, Iraque e a retirada do Afeganistão. Nasrallah alertou que os Estados Unidos pagarão um preço elevado se o conflito se agravar.

Outro ponto destacado por Nasrallah foi o seu apoio à decisão do Hamas de lançar a operação em Gaza, que ele considerou legítima do ponto de vista humanitário, ético e religioso. Nasrallah enfatizou a importância de não permanecer em silêncio perante a opressão, cerco e morte que o povo palestiniano enfrenta, apontando para a falta de ação por parte do mundo e da União Europeia.

O Hezbollah é uma organização militar e um partido político localizado no Líbano, com ligações ao Irão. Fundado nos anos 80 durante a guerra civil libanesa, o Hezbollah é classificado como um grupo terrorista por diversos países, incluindo os Estados Unidos. Nos últimos anos, o Hezbollah tem fortalecido as suas alianças com o Irão e a Síria, tornando-se uma força militar eficaz na região.

A situação no Médio Oriente continua volátil, e as palavras de Nasrallah destacam a importância de monitorizar de perto o desenrolar dos acontecimentos na região e de continuar a procurar soluções para aliviar as tensões e promover a paz.