A Guarda Nacional Republicana (GNR) está, desde quarta-feira, a reforçar o patrulhamento para a prevenção de incêndios rurais em todo o território nacional, devido à previsão de calor extremo nos próximos dias, foi hoje anunciado.

O reforço do “patrulhamento de visibilidade” será feito até “o perigo de incêndios o justificar”.

“A GNR, através das suas várias valências, nomeadamente de Proteção da Natureza e do Ambiente, Territorial e Investigação Criminal, irá intensificar a vigilância em determinadas zonas do país, nomeadamente nos locais em que o risco previsto seja elevado, muito elevado e máximo, com o intuito de prevenir a ocorrência de comportamentos de risco e de incêndios rurais”, lê-se em comunicado.

Mais de 60 concelhos dos distritos de Bragança, Viseu, Guarda, Porto, Coimbra, Leiria, Santarém, Castelo Branco e Portalegre estão hoje em perigo máximo de incêndio, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

Vários concelhos do norte e centro e do Algarve estão ainda em perigo muito elevado de incêndio rural e quase todas as restantes regiões do continente em perigo elevado.

Segundo o IPMA, em alguns locais as temperaturas poderão, nos próximos dias, rondar os 40 graus celsius.

O perigo de incêndio rural vai manter-se nestes níveis pelo menos até ao final da próxima semana.

A GNR apelou ainda a população a adotar comportamentos seguros, nos espaços florestais e agrícolas, nos dias de risco de incêndio muito elevado e máximo.

Em comunicado, a GNR pede que se evite fazer queimas ou queimadas, fogueiras, lançar foguetes e balões de mecha acesa, fumigar ou desinfestar apiários e a circulação de tratores, máquinas e veículos de transporte pesados sem extintor.

Na sexta-feira, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) também já tinha alertado para a proibição de queimadas extensivas e do uso de motorroçadoras.

Desde 01 de janeiro até 21 de julho, a GNR fez mais de 28.699 patrulhas no âmbito da vigilância e deteção de incêndios rurais, que resultaram na detenção de 29 pessoas pelo crime de incêndio florestal e ainda na identificação de 458 suspeitos.

Também foram registados 3.678 incêndios rurais, os quais resultaram em 11.539 hectares de área ardida provisória.

“Do total de incêndios investigados pela GNR, no que diz respeito às suas causas, 35% são devidos ao uso negligente do fogo (queimas, queimadas, entre outros), 22,5% são causas indeterminadas, 21,5% são devidos a incendiarismo, 13,3% devem-se a causas acidentais (transportes e comunicações), 5,9% são derivadas de reacendimentos, 1,3% são causas naturais e 0,5% devem-se a causas estruturais (caça e uso do solo)”, salientou.

A GNR recordou que, através do Serviço da Proteção da Natureza e do Ambiente (SEPNA), tem como preocupação diária a proteção ambiental e dos animais, ressalvando que a Linha SOS Ambiente e Território (808 200 520) pode ser utilizada para a denúncia de infrações ou esclarecimento de dúvidas.