
"Esta poderá ter sido uma das maiores FACECO de sempre, em termos de visitantes. E mais importante é que as pessoas vieram, estiveram, viram, fruíram, divertiram-se e tudo correu bem", sintetizou no final evento, que decorreu entre os dias 18 e 20 de julho, o presidente da Câmara de Odemira, Hélder Guerreiro.
Segundo o autarca, a feira voltou a cumprir o seu "objetivo central", que é ter "todo o concelho de Odemira presente".
Para tal, continuou, contribuíram algumas das novidades que a FACECO teve este ano, nomeadamente o Pavilhão dos Produtos Locais, que "foi uma aposta ganha". "Sentimos que as pessoas gostaram bastante da forma como o pavilhão estava estruturado e que nos permitiu mostrar um setor de transformação bastante interessante e dinâmico", frisou Hélder Guerreiro.
A produção cultural local esteve igualmente em destaque na feira, sendo "responsável" por quase 80% de todos os espetáculos apresentados ao longo dos três dias de certame. "A FACECO mostra bem que a cultura aqui [em Odemira] tem uma capacidade de produção bastante interessante", disse Hélder Guerreiro.
Pecuária, agricultura, turismo, artesanato, produtos locais, gastronomia e um intenso programa de animação foram os pontos fortes da FACECO em 2025, que abriu portas na sexta-feira, 18 de julho.
A cerimónia de inauguração contou com a presença do secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território, Silvério Regalado, momento que foi aproveitado pelo autarca Hélder Guerreiro para reiterar algumas das "reivindicações" que o concelho tem vindo a apresentar junto dos sucessivos governos.
"Odemira precisa mesmo de compromisso da parte do Governo em algumas áreas", afirmou Hélder Guerreiro no seu discurso, dando como exemplo a habitação, onde a Câmara Municipal tem vários projetos prontos a avançar, num investimento total de 23 milhões de euros, necessitando apenas de "luz verde" por parte do executivo liderado por Luís Montenegro.
"Precisamos mesmo que o Governo termine o empréstimo com o BEI [Banco Europeu de Investimento] e que nos diga se podemos avançar com estes projetos para habitação, que nos permitirão ajudar a resolver algo que é fundamental para este território", frisou.
Também na área da educação a autarquia aguarda o parecer positivo das entidades estatais para poder avançar com obras nas escolas Secundária de Odemira, EB 2,3 de São Teotónio e Damião de Odemira, num investimento total de 10 milhões de euros.
"Temos os projetos prontos, estes têm maturidade e só falta essa garantia do Governo para podemos avançar com essas três obras", afirmou Hélder Guerreiro.
Por fim, o autarca disse ser necessário em Odemira "um novo posto da GNR", "investimento nas estradas nacionais" e, "acima de tudo, serviços públicos de interesse geral com recursos humanos e a funcionar". "Não podemos ter a Conservatória do Registo Predial, Automóvel, Comercial e Civil fechada", disse.
Igualmente crítico foi o presidente da Junta de Freguesia de São Teotónio, Dário Guerreiro, considerando que ao longo dos anos o Estado "tornou-se uma figura ausente" no concelho de Odemira.
"É necessário deixar de haver um centralismo centrado em Lisboa" e "empoderar as CCDR, as câmaras municipais e as juntas de freguesia", defendeu o autarca socialista.
Perante estas reivindicações, o secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território, Silvério Regalado, assumiu que todos os compromissos "com o território estão no programa de Governo".
"Uma das nossas prioridades para resolver uma parte significativa dos problemas que sinalizaram é rever a Lei das Finanças Locais", afirmou o governante, garantindo o empenho do executivo da AD no combate à burocracia. "Essa é uma forma de olhar para o território da mesma maneira", concluiu.
Fonte: Jornal Sudoeste