
Está patente até 30 de agosto, no Museu Municipal de Santiago do Cacém, a exposição de fotografia e instalação audiovisual “VIVER O FUTURO – A Cooperativa Agrícola Estrela Vermelha”, de Alex Jordan. Através de imagens e registos audiovisuais, a exposição traça um retrato contemporâneo da Cooperativa Estrela Vermelha, destacando os seus desafios, valores e impacto no território.
“A revolução dos cravos vermelhos, as gigantescas manifestações de alegria nas ruas, as avenidas de Lisboa que a televisão alemã do Oeste mostrava, eletrizavam-nos. (…) A intenção era estar presente no primeiro aniversário da queda da ditadura fascista.” Gernot Huber , estudante de fotografia queria cobrir o 25 de Abril como tema para a sua tese.
“Eu tinha alguns pedidos da imprensa de esquerda e uma câmara super 8 no meu bolso… (para fazer reportagens…). Em 1980, voltei à cooperativa. A recepção foi sempre calorosa e fiz retratos dos trabalhadores presentes. Em 2023 regressei com os meus amigos, Tawan Arun (Operador de câmara) e Octávio (Produção) para a realização duma série de entrevistas filmadas”, disse Alex Jordan.
Tratam-se de 15 imagens e de outros meios audiovisuais, por exemplo reproduções de fotografias a preto e branco, com legendas de Alex Jordan, a partir do dossier “Bilders aus Portugal- Imagens de Portugal”, que nos traduzem o olhar de fora, mas atento e cúmplice, sobre o período revolucionário que se vivia na sociedade portuguesa, em particular no Alentejo, durante a reforma agrária, no ano «da grande colheita de 1975».
Nesta importante e simbólica exposição os visitantes são convidados a descobrirem os rostos alegres e livres dos homens e das mulheres que naquela época ousaram lutar por uma vida melhor. A palavra de ordem era: «A terra a quem a trabalha».
São os rostos da revolução, os rostos da liberdade, que provavelmente emocionaram o fotógrafo naquela época, e que nos emocionam ainda.