
A Direção Nacional do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) anunciou hoje a convocação de uma greve nacional para o dia 2 de agosto, afetando os turnos da manhã e da tarde. A decisão surge em resposta a várias reivindicações não atendidas pelo Ministério da Saúde, com destaque para questões relacionadas com a carreira, a grelha salarial e as condições de trabalho.
Principais Razões para a Greve:
1. Carreira e Grelha Salarial: O Ministério da Saúde ainda não cumpriu o compromisso de apresentar uma proposta de alteração à grelha salarial, o que tem gerado insatisfação entre os profissionais de enfermagem.
2. Injustiças Relativas: As orientações necessárias para resolver injustiças relativas nas Unidades Locais de Saúde (ULS) não foram emitidas. Esta falta de ação impede o desenvolvimento profissional e salarial adequado dos enfermeiros.
3. Condições de Trabalho:
- Gozo de Horas Trabalhadas: Os enfermeiros têm acumulado milhares de horas extras que, muitas vezes, não são devidamente pagas ou são remuneradas como horas normais. É essencial que estas horas sejam compensadas com tempos de descanso apropriados.
- Trabalho Extraordinário: O uso frequente de trabalho extraordinário para suprir a falta de enfermeiros aumenta o risco e a penosidade da profissão. É crucial estabelecer formas adequadas de compensação para estas situações.
- Horário Semanal: O SEP reafirma a necessidade de consagrar as 35 horas semanais como o regime de trabalho padrão para os enfermeiros.
Expectativas para a Reunião Negocial:
A greve pretende pressionar o Ministério da Saúde a tomar medidas concretas na reunião negocial marcada para 18 de julho. O SEP exige que a valorização dos enfermeiros e a melhoria das suas condições de trabalho sejam prioridades imediatas nesta negociação.
O SEP destaca que a greve é uma medida necessária para garantir que as preocupações dos enfermeiros sejam ouvidas e tratadas com a urgência que merecem. A Direção Nacional do SEP apela à compreensão e apoio da população para esta luta, que visa não só melhorar as condições de trabalho dos enfermeiros, mas também assegurar a qualidade dos cuidados de saúde prestados.
Impacto da Greve:
Espera-se que a greve cause perturbações significativas nos serviços de saúde em todo o país, uma vez que os enfermeiros são essenciais para o funcionamento diário dos hospitais e centros de saúde. No entanto, o SEP garante que serão tomadas medidas para assegurar que os serviços mínimos e as urgências sejam mantidos durante a paralisação.
A Direção Nacional do SEP reitera que a greve é uma última medida face à inércia do Ministério da Saúde e espera que esta ação leve a uma resposta rápida e eficaz por parte das autoridades competentes, em benefício de todos os profissionais de enfermagem e dos utentes do Serviço Nacional de Saúde (SNS).