
Uma operação internacional desencadeada nos últimos meses culminou no desmantelamento de uma organização criminosa dedicada ao tráfico de droga entre a América Latina e a Europa. No total, foram detidas 37 pessoas e apreendidas 5,4 toneladas de cloridrato de cocaína, segundo anunciou hoje a Polícia Judiciária (PJ).
A rede, que operava entre a Costa Rica, Portugal e vários países europeus, usava contentores marítimos com fruta como fachada para o transporte da droga, tendo sido identificados como principais pontos de entrada os portos de Setúbal (PT), Antuérpia (BE), Roterdão (NL) e Hamburgo (DE).
Em Portugal, foram detidos sete suspeitos e apreendidos 731 quilos de cocaína, maioritariamente no porto de Setúbal. A droga estava oculta de forma sofisticada, incluindo estruturas de caixas de cartão, paletes, polpa de mandioca congelada e até falsos vegetais com droga no interior.
A operação “Guanacaste”, lançada esta quarta-feira na Costa Rica, permitiu a detenção de vários elementos-chave da organização, que incluía dois alvos de elevado valor para a Europol, um dos quais foi capturado em Espanha e o outro na Costa Rica.
No total, a investigação resultou em 26 apreensões distintas, envolvendo:
- 731 kg em Portugal
- 840 kg na Bélgica
- 733 kg na Holanda
- 60 kg na Alemanha
- 1.141 kg em Espanha
- 1.891 kg na Costa Rica
A investigação contou com o apoio da Europol, no âmbito da OTF MERCURY (Operational Task Force) e do Projeto GDIN, financiado pela Comissão Europeia. Participaram ainda diversas forças policiais internacionais, incluindo a Guarda Civil (Espanha), a Polícia de Controle de Drogas da Costa Rica, e polícias da Colômbia, Equador, Brasil, Panamá, República Dominicana e Dubai.
A partilha de informação entre autoridades, sobretudo após as primeiras apreensões em 2024, foi crucial para seguir os carregamentos, monitorizar a atividade da rede e capturar os seus membros. As investigações continuam em curso.