Liderar é fazer opções.
Há quem pense que seja dizer Sim a tudo e depois ir dando prioridade até que algumas das pessoas envolvidas nas opções preteridas percebam que a verdadeira resposta foi não.
Há quem pense que seja dizer Sim a todos, distribuindo depois o orçamento municipal pelo máximo de organizações, pessoas (e eleitores) possível.
Mas como dizia Steve Jobs, para poder dizer Sim há que saber dizer Não.
Dizer que sim a obras milionárias que ninguém pedia, como um Parque Urbano inclinado, um “Mercado Municipal e a Estação Multimodal de Transportes” com acessos apertados, um Teatro Caracas que precisava apenas de manutenção... implica dizer Não à ampliação atempada das ETAR para suportar os volumes nelas despejado, dizer Não à ampliação do saneamento a todos os que a pedem mais cedo, dizer Não a arranjar as estradas logo a seguir à expansão do saneamento.
Nesta semana a Junta abriu as suas instalações renovadas. Conseguiu com 350 mil euros fazer obras no seu edifício, incluindo o auditório com o seu balneário e camarim. Na minha opinião foi uma clara bofetada de luva branca no executivo camarário, que precisou de 24 vezes esse montante para renovar o Teatro Caracas. O segredo? Como me disse alguém da junta durante a inauguração: “aproveitamos a estrutura, que estava boa”. Muito bem Junta, muito mal Câmara!
Na Revista Vita 14, de Junho/2025, o executivo orgulha-se pelas obras milionárias que fez. Mas como dizia Bastiat no seu pequeno livro “Ce qu’on voit et Ce qu’on ne voit pas” ou “O que se vê e o que não se vê”, há que ver além do visível, e procurar o que deixou de se fazer. Ao ler a revista, onde os autores vêm grandes obras milionárias, eu vejo os Não e os Depois do executivo.
Convido o leitor a rever a revista com outros olhos: peço-lhe o favor que reveja agora os montantes, as fotos, e pense “Onde poderia ter sido gasto este dinheiro?”. Em opções talvez menos impactantes visualmente, mas certamente mais impactantes para os cidadãos. Em opções menos fotogénicas, mas mais necessárias para os cidadãos.
É uma mudança de mentalidade: costumamos dizer que a Iniciativa Liberal não é uma ideologia política, mas antes um modo de se estar na política.
Os recursos são limitados. Tem de haver foco nos Oliveirenses e nas suas necessidades.

Ricardo Campelo Magalhães, Coordenador do Núcleo de Oliveira de Azeméis da Iniciativa Liberal