A cidade de Beja está a ser palco de um aceso debate em torno da instalação do novo Centro de Alojamento de Emergência Social (CAES 2.0), que a Associação ESTAR pretende implementar na Casa Ribeiro, situada na Rua de Infantaria, em plena zona histórica da cidade. A decisão tem gerado forte contestação, levando a comunidade a mobilizar-se contra a localização do projeto.

Petição popular ultrapassa 776 assinaturas

Face às preocupações crescentes, os munícipes lançaram uma petição pública intitulada “Por um Centro Histórico de Beja Seguro e Atrativo”, que já conta com 776 assinaturas (disponível em: peticaopublica.com). No documento, os cidadãos manifestam-se contra a escolha do centro da cidade para acolher esta infraestrutura, sublinhando os potenciais impactos negativos para a segurança, o comércio local e o turismo.

A petição sublinha três preocupações principais:

  • Impacto no Comércio e Turismo – Os signatários alertam que a presença do centro poderá afastar clientes e visitantes, comprometendo a economia local.
  • Questões de Segurança – O receio de um aumento de episódios de insegurança preocupa moradores, comerciantes e trabalhadores da zona.
  • Alternativas Mais Adequadas – Defendem que o CAES 2.0 deveria ser instalado num espaço mais apropriado, permitindo um melhor acompanhamento social sem prejudicar o centro da cidade.

Um comerciante local, que preferiu manter o anonimato, afirma: “Somos solidários com quem precisa, mas não podemos ignorar os riscos para a cidade. O comércio já enfrenta dificuldades e esta medida pode ser um golpe fatal.”

Câmara municipal de Beja mantém silêncio

Até ao momento, a Câmara Municipal de Beja ainda não se pronunciou oficialmente sobre a questão, apesar das inúmeras manifestações e do crescente número de assinaturas na petição. Este silêncio tem sido criticado pela população, que exige esclarecimentos e uma postura ativa na defesa dos interesses da cidade.

ESTAR defende projeto, mas enfrenta dúvidas sobre a sua atuação

A Associação ESTAR, responsável pelo projeto, defende que o CAES 2.0 será uma resposta inovadora à emergência social, seguindo modelos já implementados noutras cidades como Braga e Faro. Contudo, a sua atuação tem sido alvo de escrutínio, com várias dúvidas levantadas sobre a gestão e transparência da entidade.

Além disso, a contestação nas redes sociais reflete a crescente insatisfação da comunidade, que se sente excluída do processo de decisão e exige que a localização do centro seja reconsiderada.

População exige solução que não prejudique a cidade

Com o número de assinaturas na petição a aumentar e a pressão sobre as entidades responsáveis a crescer, os munícipes de Beja esperam que a sua voz seja ouvida. A preocupação não reside na necessidade de apoiar pessoas em situação de vulnerabilidade, mas sim na escolha do local para o fazer.

Para já, o futuro do CAES 2.0 continua incerto, mas a população promete continuar a lutar por uma solução que equilibre a assistência social com a preservação da identidade, segurança e economia da cidade.