
O impacto económico do Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva (EFMA) será analisado num estudo que será apresentado no próximo dia 11 de março, pelas 15h00, no Centro Alqueva, junto à Barragem. O evento contará com a presença da Ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho, e do Ministro da Agricultura e Pescas, José Manuel Fernandes.
O EFMA constitui um projeto estruturante para o sul de Portugal, sendo um investimento-chave para o desenvolvimento regional nas dimensões económica, ambiental e social. Assente num modelo de gestão integrada de recursos hídricos, o empreendimento ultrapassa a área da agricultura, contribuindo para o abastecimento público de água, a produção de energia hidroelétrica e solar, o turismo e a preservação ambiental.
Um projeto de impacto multidimensional
Atualmente, o EFMA sustenta uma exploração agrícola de 130 000 hectares e reforça o abastecimento de água a cerca de 200 000 pessoas. Na vertente energética, a infraestrutura hídrica tem capacidade para abastecer 500 000 habitantes, integrando também sistemas fotovoltaicos terrestres e flutuantes. Além disso, desempenha um papel relevante na dinamização do turismo e na fixação de populações, nomeadamente através da modernização da agricultura e da criação de novos postos de trabalho.
O estudo agora divulgado tem como objetivo principal compreender os impactos estruturais da implementação do EFMA na economia local e nacional. A análise abrange tanto os efeitos diretos do empreendimento, como os impactos indiretos gerados na agricultura, agroindústria, turismo e energia. Com uma área de influência que cobre 23 concelhos dos distritos de Beja, Évora, Setúbal e Portalegre, o EFMA revela-se uma infraestrutura vital para o Alentejo e para o país.
Sustentabilidade e desafios futuros
A contribuição do EFMA para a sustentabilidade é outro dos pontos-chave abordados pelo estudo. A redução do consumo de energias não renováveis e a transição para uma economia de baixo carbono são alavancadas pela produção de eletricidade a partir de fontes hídricas e solares. Paralelamente, a iniciativa apoia a modernização do setor agrícola, promovendo a fixação de jovens agricultores e fomentando o desenvolvimento económico da região.
O estudo também analisa o impacto do EFMA na Receita Fiscal e a eficiência da aplicação de fundos públicos. Os dados indicam que, até ao momento, o empreendimento já garantiu um retorno financeiro para o Estado superior ao investimento inicial. No entanto, permanecem desafios para o futuro, como a necessidade de uma gestão equilibrada da água, melhorias na infraestrutura turística e soluções para a escassez de mão de obra.
Programa do evento
A sessão de apresentação iniciar-se-á às 15h00 com a intervenção da Ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho, seguida de uma contextualização sobre o projeto pelo Presidente da EDIA, José Pedro Salema. A exposição dos resultados do estudo será conduzida pelas equipas do CEDRU e da EY-Ernst & Young.
O evento incluirá ainda uma mesa redonda, moderada por Sérgio Figueiredo (a confirmar), contando com a participação de Francisco Gomes da Silva e Pedro Siza Vieira. A sessão encerrará às 16h40 com a intervenção do Ministro da Agricultura e Pescas, José Manuel Fernandes.
A apresentação do Estudo de Avaliação do Impacto Económico de Alqueva representa um marco na avaliação da relevância deste empreendimento para o desenvolvimento sustentável do Alentejo e para a economia nacional.