A Câmara Municipal de Santiago do Cacém e a Junta de Freguesia de Santo André anunciaram publicamente que a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) assumiu a abertura da Lagoa de Santo André ao mar até o final deste mês. A decisão foi tomada após uma ação de protesto realizada em 5 de março, que contou com cerca de 100 participantes, incluindo autarcas, ambientalistas, pescadores, moradores e associações locais, para expressar descontentamento com a posição inicial da APA, que havia anunciado que não abriria a Lagoa de Santo André este ano.

O Presidente da Câmara Municipal de Santiago do Cacém, Álvaro Beijinha, lamentou a necessidade de realizar um protesto para reverter uma decisão que considerou incompreensível e prejudicial ao valor ambiental da reserva natural. Ele afirmou: “Apesar da resposta da APA, não estamos confortáveis. Vamos acompanhar esta situação, até porque há outras questões a serem repensadas, como a forma e o local de abertura da Lagoa, bem como a data escolhida.”

Beijinha destacou a importância de uma reunião agendada para janeiro com o Secretário de Estado do Ambiente e outras entidades responsáveis, especialistas científicos, autarquias, pescadores e moradores, para encontrar uma solução que permita manter a Lagoa aberta ao mar por um período mais longo, favorecendo a renovação do ecossistema.

O Presidente da Junta de Freguesia de Santo André, David Gorgulho, considerou a reversão da decisão da APA como uma boa notícia parcial, mas expressou preocupação com a forma como o processo será realizado. David Gorgulho salientou a importância de repensar uma estratégia para salvar a Lagoa do assoreamento e da degradação.

A base do protesto foi a decisão da APA de não abrir a Lagoa de Santo André ao mar este ano, comunicada por e-mail na semana anterior à intervenção prevista, alegando restrições orçamentais. A responsabilidade pela abertura da Lagoa foi transferida para o Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF), mas as autoridades locais e a comunidade mantêm que a responsabilidade é da APA.

A preocupação persiste em relação à forma como o processo será conduzido no terreno, visto que este tem sido um obstáculo para alcançar os objetivos da abertura da Lagoa ao mar nos últimos anos.