
Nas comemorações dos 360 anos da Batalha de Montes Claros, o Cineteatro Florbela Espanca, em Vila Viçosa, encheu-se para a apresentação do livro “1665: audácia em terra viçosa”.
Da autoria da professora Maria de Jesus Coelho e com ilustrações de alunos de artes do Agrupamento de Escolas de Vila Viçosa, a obra apresenta-se entre «ficção» e a «realidade», segundo a própria.
Tudo começou com um discurso do Tenente-General Lemos Pires há 10 anos, nas comemorações dos 350 anos, e a autora sentiu-se «fascinada» ecoando na sua mente a pergunta: «Como é que foi possível um grupo tão pequeno de homens aqui resistir a um exército de milhares e milhares de homens?».
Desta forma, «tentei descobrir mais coisas e escrever» sobre algo que não seria «para um livro».
No entanto, no decorrer das reuniões de programação das atividades para as comemorações dos 360 anos da batalha, os elementos da organização falaram «sobre isso e eu disse que tinha lá umas coisas escritas».
Assim começou a obra que pretende «preservar a memória local e nacional», uma vez que é «extremamente importante conhecemos o passado».
Mesmo não sendo de Vila Viçosa, Maria de Jesus Coelho vincou, em relação à batalha, que «não podemos comemorar só a batalha», porque «há várias hipóteses que poderiam ter sucedido e, se calhar, a história de Portugal tinha mudado um bocadinho».
«Já cá estou há anos suficientes para dizer que me sinto calipolense e sempre tentei fazer isso nas minhas aulas», acrescentou.
Por sua vez, João de Azevedo, presidente da Fundação da Casa de Bragança, entidade que cooperou na obra, que é «com muita satisfação que, mais uma vez, vemos algo a ser feito em Vila Viçosa e a envolver a comunidade e gente nova», referindo-se às ilustrações.
«A Fundação não pode deixar de ver estes momentos com muita alegria e sente-se também estimulada para termos ocasiões como estas», adicionou, dizendo ainda que «é bom relembrar a história e os mais novos conhecerem a história».
Em relação à autora, o presidente realçou que já há um historial de parcerias e que «é sempre bem-vinda»: «Isto é um contínuo e esperamos que se repitam sessões destas por muitos anos».
Já Inácio Esperança, presidente do município de Vila Viçosa, enfatizou a importância da obra, que é «precisamente contar a história às nossas crianças de uma forma em que elas se envolvam, não numa aula».
«Certamente estes jovens nunca mais se vão esquecer que contribuíram para a ilustração de um livro sobre uma coisa importante que passou em Vila Viçosa», complementou o autarca.
Disse ainda que «acho que eles podem não ler mais nenhum livro na vida, mas este vão ler de certeza», até porque «eles são atores e autores principais também».
De seguida, fique com a foto-reportagem de Dinis Faneca.