
De acordo com uma nova investigação do médico e investigador Matz Larsson, da Universidade de Örebro, na Suécia, esta circunstância também explica porque é que correr e caminhar aumentam a criatividade.
Juntamente com Dean Falk, professor de antropologia na Universidade Estadual da Florida, Larsson publicou um estudo na revista Current Anthropology que analisa como a transição para andar sobre duas pernas em vez de quatro provavelmente mudou não só a forma como os humanos se movem, mas também a forma como pensam e comunicam, noticiou na segunda-feira a agência Europa Press.
"Os passeios bípedes criam sons de movimento rítmicos e mais previsíveis, em comparação com a forma como o nosso parente vivo mais próximo, o chimpanzé, se move de gatas, com passos irregulares no meio do farfalhar dos ramos das árvores", explicou Larsson, citado num comunicado.
Duas pessoas a caminhar ao mesmo tempo criam boas oportunidades de ligação com o meio envolvente. Existem intervalos de silêncio entre os passos e, quando estes são sincronizados, o cérebro consegue agrupar os sons e distinguir os passos dos sons do ambiente.
Desta forma, um leão ou um inimigo podem ser detetados a tempo. Os indivíduos sem ritmo, que não conseguiram atingir isso, provavelmente saíram literalmente a coxear do acervo genético.
Já no útero, o feto é afetado pelos passos rítmicos da mãe. Balançar ao ritmo dos passos da mãe ativa a audição, o equilíbrio, o tato e a capacidade do bebé de perceber a sua própria posição e movimentos, também conhecida como proprioceção.
Um ritmo normal de marcha é de cerca de 120 passos por minuto, o mesmo ritmo de muitas peças musicais. Os batimentos cardíacos dos humanos têm um ritmo diferente, cerca de 70 batimentos por minuto, e apenas estimulam a audição, frisou Larsson.
Isto significa que os passos criam uma experiência muito mais parecida com a música. Os bebés acalmam ao serem embalados. Talvez seja porque simula o andar da mãe durante a gravidez.
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