
Os nomes de Diogo Jota e André Silva encontram-se a correr o mundo depois de os dois irmãos terem sofrido um grave acidente em Espanha que lhes 'roubou', nesta madrugada de quinta-feira, 3 de julho, a vida. Sobre o internacional português, cuja carreira se destacou nos principais palcos do futebol, muito se sabe. Já sobre o seu irmão mais novo, a verdade é que é uma figura menos conhecida do grande público.
Três anos mais novo do que Diogo Jota, André Silva partilhava não só o apelido e o sangue com o irmão como também a paixão pelo futebol. Os dois iniciaram a sua carreira no Gondomar e posteriormente no Paços de Ferreira. Já no mesmo período em que o avançado da Seleção Nacional jogava na equipa principal do Futebol Clube do Porto, André Silva era um dos elementos dos escalões de formação dos 'Dragões'.
Já distanciado da formação, o futebolista, que perdeu a vida aos 25 anos, passou pelo Famalicão, Boavista, retornou ainda ao Gondomar e desde o ano de 2023 que jogava no Penafiel, clube da segunda liga portuguesa. Nas duas temporadas ao serviço deste clube, André Silva disputou 62 jogos e 'arrecadou' sete golos. Além da sua carreira no futebol, conseguiu ainda concluir uma licenciatura em gestão.
"O André tinha a mesma forma de estar, tinha as mesmas caraterísticas do Diogo"
Quanto à sua personalidade, Paulo Meneses, ex-presidente do Paços de Ferreira, em entrevista à SIC Notícias, detalhou que o jovem tinha, de certa forma, muitas parecenças com Diogo Jota. "Tinha a mesma forma de estar, as mesmas caraterísticas do Diogo, de vontade, de querer. […] E se ele não tivesse essas caraterísticas o Diogo não lhe permitia que ele não as tivesse. A ligação deles era grande", contou.
"Eram irmãos muito próximos e, por isso, não havia qualquer tipo de rivalidade entre um e o outro"
André Silva, apesar de ter a mesma profissão do que o irmão, nunca viveu à sombra de Diogo Jota, até porque fez questão de trilhar o seu próprio caminho no futebol. As palavras são de José Carlos Freitas, comentador da SIC. "Era um jogador mais discreto. Vivia, não na sombra do nome do irmão, porque daquilo que nos é dado a saber, eram irmãos muito próximos e, por isso, não havia qualquer tipo de rivalidade entre um e o outro só porque um era jogador de Seleção e o mais novo não era".
"Era muito mais discreto, mas seguramente que nos clubes por onde passou se mostrou com a qualidade suficiente para sonhar um pouco mais alto. Não conseguiu chegar a uma carreira próxima sequer do irmão, mas a questão fundamental é que as indicações que existem é que era um jogador dedicado, acarinhado pelos seus companheiros dos clubes onde foi passando", detalhou ainda José Carlos Freitas em entrevista à SIC Notícias.