Portugal acordou cinzento e em choque com a notícia do falecimento de Diogo Jota, com 28 anos, e do irmão, André Silva de apenas 25.
Mas a verdade é que a vida do internacional nem sempre foi fácil. Nascido a 4 de dezembro de 1996, intitulou-se Diogo J. porque era o nome que sempre teve estampado nas camisolas. Contudo, o verdadeiro nome é Diogo José Teixeira da Silva.
O pai, Joaquim Silva, terá revelado ao Mais Futebol: “No quintal da avó partiu muitos vasos e plantas”.Apesar de sempre ter olhos para a bola, os pais tentaram que fosse experimentar outros desportos. Ao The Athletic, o futebolista chegou a recordar: . “Quando tinha seis anos, o meu pai inscreveu-me na natação. Eu perguntei-lhe, a chorar, se podia, em vez disso, jogar futebol, porque era ao mesmo tempo. Preferia muito mais jogar à bola do que estar na piscina”.
Com apenas sete anos, começou a brilhar no futebol federado, no Gondomar e o pai contou que apesar de não estudar, estava atento nas aulas e sempre teve boas notas no secundário.
“Nunca nos pediu nada”
Diogo Jota foi também um jovem sempre sensível, especialmente no que toca às dificuldades financeiras dos pais, Joaquim e Isabel, tanto que nunca fez pedidos extravagantes.

“Não era fácil ter dois filhos no futebol e pagar o que pagávamos. O Diogo nunca nos pediu nada. Nunca nos pediu ou disse que gostava de ter umas chuteiras de marca. Ele sabia que não era possível, já tinha essa sensibilidade. É por isso que sabe dar valor às coisas, valor à vida”, explicou o progenitor.

Aos 16 anos, muda-se para o Paços de Ferreira. Depois de um ano de sucesso já na I Liga, o Atlético de Madrid leva-o. Mas acabou por ser emprestado ao FC Porto, antes de se aventurar por terras inglesas, na armada portuguesa do Wolverhampton. Em 2020 chegou ao Liverpool, num negócio de 45 milhões de euros, tendo sigo campeão nacional.

“Para o Diogo, se houvesse futebol….”

A verdade é que pelo meio também brilhou na Seleção Nacional Portuguesa, deixando os pais mega orgulhosos. “Lembro-me da primeira vez que o fui levar a Rio Maior aos treinos dos sub19. O primeiro treino, o primeiro jogo. Eu e a mãe nem fomos trabalhar nesses dias”, disse, ao ‘Mais Futebol’.

O pai, recordou ainda à época: “Nunca foi de jantaradas, saídas à noite, nada. Ficava em casa. Eu até lhe dizia às vezes para ele ir. Para o Diogo, se houvesse futebol à tarde e Playstation à noite, estava ótimo. Demos-lhe, com grandes dificuldades, a primeira Playstation e não foi ele que nos pediu”, disse.

Texto: Maria Constança Castanheira; Fotos: Redes Sociais