
A mostra integra pintura, desenho, escultura, fotografia, escrita, cerâmica e têxteis, entre outros meios e técnicas, revelando olhares distintos sobre o mundo por parte de três autores com percursos e realidades diferentes, segundo informação divulgada pela Fundação D. Luís.
Organizada no âmbito da programação do Bairro dos Museus, pela Fundação D. Luís com o apoio da Câmara Municipal de Cascais, a exposição apresenta abordagens diversas à cor, à linha e à arte, cruzando processos criativos e experiências que atravessam várias décadas do percurso destes artistas.
António Areal, nascido no Porto, em 1934, morreu em Lisboa, em 1978. Figura central da arte portuguesa da segunda metade do século XX, destacou-se como elo de transição entre o surrealismo ortodoxo e correntes como o gestualismo e a nova figuração, associada criticamente à Pop Art e ao Novo Realismo.
Autodidata e influenciado pela literatura e pela filosofia, venceu o Prémio de Desenho na I Exposição de Artes Plásticas da Fundação Calouste Gulbenkian, em 1957, e representou Portugal na IX Bienal de São Paulo, em 1968.
Em 1990, o Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, e a Fundação de Serralves, no Porto, apresentaram exposições retrospetivas da sua obra.
A filha, Sofia Areal, nascida em Lisboa, em 1960 - considerada uma das mais relevantes artistas visuais portuguesas -, começou pela tapeçaria, mas cedo se dedicou ao desenho e à pintura, "atraída pela espontaneidade e liberdade destes meios", assinala a organização.
Após uma fase inicial figurativa, "evoluiu para composições abstratas de formas sobrepostas, jogando com contrastes entre cheios e vazios, e entre elementos positivos e negativos", acrescenta.
Martim Brion, nascido em Lisboa, em 1986, filho de Sofia Areal, tem desenvolvido uma prática artística multidisciplinar, que combina escultura, fotografia, escrita e arte digital, "ancorada em referências literárias e numa procura de equilíbrio formal".
A sua obra "reflete uma maturação constante e o alargamento progressivo do campo de interesses, mantendo uma identidade coerente", descreve ainda a Fundação D. Luís.
O objetivo da exposição, segundo a curadoria, é "apresentar uma visão destas três gerações de artistas da mesma família -- um caso invulgar", que alguns visitantes podem conhecer individualmente, "mas não todos, e provavelmente menos com as suas ligações e desconexões".
A exposição pode ser visitada diariamente no Centro Cultural de Cascais, entre sábado e 11 de julho.