
"O Presidente da República presta a sua homenagem a Nelson de Matos, um dos nomes mais reconhecidos da edição em Portugal: dirigiu a Arcádia, a Moraes e mais tarde a D. Quixote, terminando esse percurso numa chancela com o seu nome, Edições Nelson de Matos, onde editou e reeditou um autor de eleição, José Cardoso Pires", lê-se numa nota publicada na página oficial da Presidência da República.
Marcelo Rebelo de Sousa refere que pode dizer-se que "o chamado 'boom' do romance português pós-1974 passou pelas mãos" de Nelson de Matos, que editou livros de autores como António Lobo Antunes, Mário Cláudio ou Lídia Jorge, "além de ter publicado autores mais jovens, escritores lusófonos e um estrangeiro-português, Antonio Tabucchi".
O chefe de Estado salienta ainda que, ficcionista e crítico nas décadas de 1960 e 1970, Nelson de Matos traduziu, após o 25 de Abril de 1974, o livro "Portugal Amordaçado", de Mário Soares, além de se ter igualmente destacado como "um formador de editores".
"Além de décadas de convívio que tivemos, nos últimos anos era presença regular no jantar anual do Presidente com os editores. À sua família e amigos o Presidente da República envia sentidas condolências", lê-se na nota.
O editor morreu no Hospital dos Lusíadas, em Lisboa, confirmou a sua mulher à Lusa, indicando que o velório se realizará na terça-feira e o funeral na quarta-feira, sem especificar o local.
No seu perfil na rede social Instagram, a Dom Quixote publicou uma mensagem a homenagear o editor e a expressar as suas condolências à família.
"A Dom Quixote presta homenagem a Nelson de Matos, neste dia triste para todos nós, responsável pela edição e publicação, nesta casa, de alguns dos principais escritores de língua portuguesa e a quem devemos, todos sem exceção, a criação daquela que, ainda hoje, é conhecida como a grande casa dos autores portugueses", pode ler-se na mensagem da editora.
Manifestando as "mais sentidas condolências" à família, a marca editorial assegurou também que "tudo fará para honrar e dar continuidade ao caminho iniciado por Nelson de Matos".