
Na passada quinta-feira, 13 de março, foi divulgado, pelas autoridades norte-americanas, um bizarro caso que ocorreu em fevereiro deste ano, 2024, no estado do Connecticut, e que está a chocar toda a gente: um homem de 32 anos foi resgatado após 20 anos em cativeiro e tudo graças a um incêndio...na casa da madrasta.
Segundo a imprensa estrangeira, a polícia da cidade de Waterbury foi chamada a marcar presença em casa de uma mulher de 56 anos, Kimberly Sullivan, porque um fogo tinha deflagrado no local. Mas o que não esperavam era encontrar um homem, cuja identificação não foi divulgada, completamente desnutrido.
Sim, leste mesmo bem. Após as chamas estarem controladas, um homem de 32 anos - enteado da dona da casa - foi encontrado no local, num quarto, cuja porta só abria por fora, onde estava preso há duas décadas e sem quaisquer cuidados médicos.
"Quero a minha liberdade", disse a vítima, que apresentava ferimentos provocados pelo incêndio que deflagrou com recurso a um isqueiro, desinfetante para as mãos e papel, de acordo com um depoimento analisado pela NBC, citado pelo The Guardian.
Os 'sinais' antes do cativeiro
A mesma publicação deu ainda conta que, de acordo com o que o homem disse à polícia, este tipo de abusos começaram quando ainda era muito jovem, aos três anos.
À época, dada a escassa quantidade de alimentação que lhe era dada, para além de se ter visto 'obrigada' a beber água pela sanita, a vítima já fugia do quarto para procurar comer e foi a partir daqui que começou a ficar trancado no quarto.
Mais tarde, aos 11 anos, saiu da escola e foi mantido fechado num sótão nas traseiras do segundo piso do imóvel - só saía do espaço para fazer tarefas em casa e não estava autorizado a demorar mais do que duas horas. Mas a situação piorou com a morte do seu pai, em 2024: passou a sair um minuto por dia e apenas para levar o cão de estimação da família à rua e voltar.
Dada a história e o cenário encontrado no local, nas redes sociais, ao revelarem o caso, as autoridades falaram num caso de "abuso prolongado, fome, negligência severa e tratamento desumano".
Kimberly Sullivan acabou por ser detida e foi formalmente acusada pelos vários crimes: agressão, ameaça contra pessoas crueldade, restrição ilegal e sequestro. Atualmente encontra-se na prisão do Connecticut sob uma fiança de 275 mil euros (300 mil dólares), conforme divulgou o jornal Público.