O UBS está a intensificar a sua aposta na gestão de patrimónios e investimentos direcionada para mulheres, reconhecendo a crescente influência feminina no panorama financeiro global. Com uma presença cada vez mais forte na tomada de decisões económicas, as mulheres já gerem cerca de 32 biliões de dólares em gastos globais,e espera-se que, nos próximos cinco anos, passem a controlar 75% dos gastos não essenciais em todo o mundo.

“As mulheres são neste momento uma séria força económica”, referiu Emma Wheeler, head of Women’s Health no UBS Global Wealth Management, aos jornalistas, nesta sexta-feira, aquando da apresentação do estudo “UBS Gender-Lens Investment: The State of Women in 2025”.

Esta mudança de paradigma está a levar as instituições financeiras a adaptarem-se a um novo perfil de investidor, mais exigente e consciente, com maior foco em sustentabilidade, impacto social e planeamento de longo prazo. Isto porque, segundo Wheeler, as mulheres têm preferências diferentes de investimento, nomeadamente, “tendem a investir mais de acordo com os seus valores, sobretudo se virem um impacto social positivo”. Outro facto apurado pelo banco suíço é o de que as mulheres não são avessas ao risco, como é comumente referido, são sim “conscientes do risco e tomam decisões calculistas”.

O UBS vê nesta tendência uma oportunidade estratégica, não apenas para captar um segmento em rápido crescimento, mas também para oferecer um serviço mais personalizado e alinhado com as prioridades e valores das mulheres investidoras.

Destaca também que, como as mulheres vivem mais tempo do que os homens, em algum momento da vida, 80% das mulheres terão de gerir o património familiar antes de o passar para os filhos. Isto coloca-as como umas das principais recetoras de transferência de riqueza. Por isso, “as mulheres têm de assumir o controlo e tomar parte das decisões financeiras”, sublinha Emma Wheeler.

Neste sentido, o banco está, entre outras iniciativas, a desenvolver sessões de capacitação para preparar as mulheres para gerir esse património. Um exemplo recente ocorreu em Portugal, onde o banco reuniu um grupo de mulheres para promover o reforço das suas competências financeiras e o planeamento estratégico dos seus investimentos. De salientar que 45% dos clientes do UBS a nível global são mulheres.

O banco sublinha ainda que eliminar o gap que existe entre homens e mulheres em várias vertentes poderia favorecer a economia global. Designadamente, eliminar a disparidade de género na participação na força de trabalho e em cargos de gestão poderia adicionar 7 biliões de dólares ao PIB global, com ganhos potenciais que atingiriam 22 a 28 biliões de dólares se a igualdade de género fosse alcançada.