
"Apesar disso [pagamento], a decisão dos trabalhadores de cumprirem o pré-aviso de greve mantém-se, até que a empresa pague a totalidade das verbas em dívida, mesmo que isso afete a produção dos títulos do grupo, como a Visão, Caras, Exame, Ativa ou Jornal de Letras", avançou o sindicato em comunicado.
Os trabalhadores da TiN iniciaram hoje uma greve por tempo indeterminado devido aos salários e subsídios em atraso.
O Sindicato dos Jornalistas reuniu-se com o sócio-gerente, Luís Delgado, para discutir a situação da Trust in News (TiN), a poucas horas do início da greve visando apurar se haveria margem para o pagamento das remunerações em atraso, porém não recebeu qualquer garantia de que os créditos laborais viessem a ser pagos nos próximos dias ou semanas.
De acordo com o sindicato, Luís Delgado argumentou que não tem ainda a 'luz verde' da juíza do processo de insolvência para dar cumprimento à decisão dos credores que lhe permite regressar à gestão da TiN, solução que a maioria dos trabalhadores rejeitou na assembleia de credores do dia 29 de janeiro.
O ainda dono da TiN referiu que o administrador judicial em exercício, nomeado pelo tribunal, "está limitado na sua atuação porque teve de pagar impostos à Autoridade Tributária e contribuições à Segurança Social, para não incorrer num crime, e que por isso não foi ainda possível liquidar os salários na sua totalidade".
No plenário de 30 de maio, quando decidiram avançar para esta greve, os trabalhadores "tinham manifestado já a sua indignação por apenas terem recebido 80% do salário de abril, em três prestações, encontrando-se os restantes 20% por pagar, assim como o salário de maio, o respetivo subsídio de refeição e alguns subsídios de férias".
Fundada em 2017, a Trust in News é detentora de 16 órgãos de comunicação social, em papel e plataformas digitais.
AJR // CSJ
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