Os mercados mundiais continuam a negociar em terreno negativo devido à inflexibilidade do presidente norte-americano sobre as tarifas impostas aos parceiros comerciais.

Os mercados asiáticos abriram novamente em queda depois da China ter anunciado na sexta-feira uma retaliação às medidas impostas por Donald Trump.

Poucos minutos após a abertura, o principal índice da Bolsa de Xangai caiu cerca de 200 pontos (-5,3%), enquanto a praça financeira de Shenzhen caiu 800 pontos (-7,3%).

O mesmo aconteceu com principal índice da Bolsa de Hong Kong, o Hang Seng, que desceu cerca de 1.930 pontos (-9%) poucos minutos após o início das negociações. Fechou em baixa de 13,22%, uma queda que não era registada desde 1997.

Na antena da SIC Notícias, Filipe Garcia, especialista em mercado financeiro, explica que os mercados estão neste momento a reagir “à maior probabilidade de haver uma desaceleração económica (...) e, portanto, só poderemos ter uma melhoria desta situação se houver algum tipo de alteração de discurso ou medidas que levem a acreditar que esses receios não se vão materializar”.

Bolsas europeias seguem a tendência

As principais bolsas europeias seguiram a tendência do mercado asiático. A Bolsa de Lisboa abriu em queda, com o índice PSI (Portuguese Stock Index) a descer 5,26%, para os 6.286,68 pontos.

Uma tendência decrescente já registada na sexta-feira, tendo fechado a cair 4,75%, para 6.635,79 pontos. A EDP Renováveis e o BCP registaram perdas superiores a 9%.

O mesmo verificou-se em outros países. No início da sessão, a Bolsa de Frankfurt caiu 7,86%, após ter caído brevemente mais de 10%. A Bolsa de Paris caiu 6,19%, Londres 5,83%, Milão 2,32% e Suíça 6,82%.

O que esperar de Wall Street

Nos EUA, por volta das 10:30, os futuros de Wall Street antecipam mais uma sessão 'a vermelho', antecipando quedas de 4,13% para o Dow Jones, 4,87% para o S&P 500, e 5,69% para o Nasdaq, que se somarão às perdas da semana passada.

O Dow Jones terminou a recuar 5,50% para 38.314,86 pontos, que compara com o máximo desde que o índice foi criado em 1896, de 45.014,04 pontos, em 04 de dezembro de 2024.

O Nasdaq, índice de cotadas de alta tecnologia, fechou a cair 5,82% para 15.587,79 pontos, contra o máximo de sempre, de 20.173,89 pontos, verificado em 16 de dezembro de 2024.

Na sexta-feira, as bolsas norte-americanas continuaram a registar perdas. A desvalorização das ações está estimada em milhares de milhões de dólares.

- Com Lusa