O Grupo Banco Sabadell alcançou um lucro recorde de 1.827 milhões de euros em 2024, um aumento de 37,1% face ao ano anterior, tendo ultrapassado o máximo histórico de 500 milhões de euros em cada um dos últimos dois trimestres, reporta nesta sexta-feira.
Com base nestes resultados e nas previsões positivas para o ano em curso, o Conselho de Administração do Banco Sabadell aumentou a sua estimativa de remuneração aos acionistas em relação aos lucros de 2024 e 2025 de 2,9 mil milhões de euros para 3,3 mil milhões de euros.
Este valor equivale a um dividendo de 61 cêntimos por ação no conjunto dos dois anos. Esta remuneração inclui dividendos em dinheiro de 20,44 cêntimos por ação para 2024 e um valor esperado pelo menos igual por ação para 2025, bem como programas de recompra de ações para distribuir o capital acima de 13%. Este ano, destinou 1.002 milhões de euros para este fim, pendente de aprovação pela Assembleia Geral Anual de Acionistas.
Depois de pagar oito cêntimos em dividendos intercalares no dia 1 de outubro, o banco planeia distribuir aos seus acionistas um total de 53 cêntimos por ação nos próximos 13 meses, o equivalente a 22% do seu valor atual de mercado de ações.
A remuneração dos lucros de 2024 inclui dividendos em dinheiro, que são mais do triplo dos do ano anterior, e um programa de recompra de ações de 1,002 mil milhões de euros para distribuir capital superior ao rácio CET1 de 13%.
A rendibilidade do banco cresceu 343 pontos base no ano, atingindo um ROTE de 14,9% e deverá rondar os 14% em 2025 e acima disso em 2026, espera o banco.
A receita líquida de juros aumentou, com um forte crescimento do crédito à habitação e do financiamento empresarial, reporta o banco.
“Triplicámos o dividendo em dinheiro em 2024 e, nos próximos 13 meses, os acionistas terão recebido uma remuneração equivalente a 22% do valor das ações da Sabadell. Nenhum banco semelhante em Espanha planeia pagar uma proporção semelhante de rendimentos”, refere o presidente do Banco Sabadell, Josep Oliu, em comunicado.
No meio de uma OPA lançada pelo concorrente BBVA, Oliu expressou a sua confiança de que o Banco Sabadell está posicionado para continuar a oferecer retornos atrativos aos acionistas nos próximos anos. “Começamos o novo ano com confiança e ambição, firmes na convicção de que a estratégia autónoma do Banco Sabadell continuará a gerar valor recorrente e sustentável para os acionistas, clientes, os nossos colaboradores e toda a sociedade”, referiu, acrescentando que “o Conselho de Administração decidiu aumentar a remuneração dos acionistas, dado o forte desempenho financeiro do banco, a sólida e recorrente geração de capital e as perspetivas confiantes”.
A demonstração de resultados foi impulsionada pela receita líquida de juros de 5.021 milhões de euros no final do ano de 2024, um aumento de 6,3% em relação ao ano anterior.
A relação custo-receita melhorou 2,8 pontos percentuais, terminando o ano nos 48,7% em 2024, face aos 51,4% no final de 2023.
Só no último trimestre, a Instituição obteve um lucro trimestral de 532 milhões de euros, mais 19% do que no mesmo trimestre do ano anterior. Antes do terceiro trimestre de 2024, o banco nunca tinha atingido os 500 milhões de euros de lucro num único trimestre, esclarece.
O rácio de NPL (malparado) desceu para 2,84%, atingindo o seu nível mais baixo desde 2009. Este rácio é uma melhoria face aos 3,14% registados no trimestre imediatamente anterior e compara ainda melhor com o rácio de 3,52% registado no final de 2023. A qualidade reforçada do balanço reflete-se também na melhor cobertura de ativos problemáticos, que atingiu 58,6% no final do ano, enquanto a cobertura de NPL (estádio 3) atingiu 61,7%, e a cobertura de ativos retomados situou-se em 40,5%.
O banco espera manter estas tendências positivas de forma recorrente no ano corrente e nos anos subsequentes. Em termos de rendibilidade, prevê que o RoTE se mantenha nos 14% em 2025 e acima desse nível em 2026, com uma nova melhoria do custo de risco e uma “forte capacidade” de gerar capital de forma recorrente, o que lhe permitirá manter uma política de remuneração dos acionistas atrativa.
O Banco Sabadell espera fechar este ano com uma margem superior a 4,9 mil milhões de euros, apoiada no crescimento dos volumes, na resiliência que lhe permite ter mais de 60% da carteira de crédito a taxa fixa.
O Sabadell planeia realizar um Dia do Mercado de Capitais para apresentar a nova orientação financeira até 2027, que servirá para explicar os impulsionadores que permitirão ao banco atingir os seus novos objetivos. O evento ocorrerá no segundo trimestre, após os resultados do primeiro trimestre.