
Depois de um crescimento de 27% no seu valor conjunto de mercado em 2024, os maiores 25 bancos do mundo desaceleram crescimento, mas continuam numa excelente fase. Os números recolhidos pela GlobalData, empresa especializada em análise de dados de mercado, mostram que os 25 maiores bancos mundiais por capitalização bolsista registaram um crescimento de 20,1% no seu valor de mercado no primeiro trimestre de 2025. Este grupo restrito de instituições financeira acumulam um valor de 4,7 biliões de dólares (cerca de 4,16 biliões de euros) em Bolsa.
Ao que parece, para já, a guerra comercial iniciada pelo executivo de Donald Trump contra o mundo, não está ainda a ter impacto no valor dos bancos cotados, pelo menos com a mesma intensidade com que está a afetar inúmeras empresas mundiais. Certo é que a maioria das ações destes 25 bancos subiu no primeiro trimestre, terminado em março, beneficiando dos cortes nas taxas de juro dos bancos centrais, de acordo com a GlobalData.
A liderança do ranking dos 25 maiores bancos mundiais continua na mão do norte-americano PMorgan Chase, que cresceu cerca de 17,7% para um valor total de mercado de 679 mil milhões de dólares.
“A maioria dos bancos centrais implementou uma redução das taxas em 2024, o que beneficiou as suas receitas líquidas de juros. No entanto, agora a maioria dos bancos centrais provavelmente seguirá uma abordagem cautelosa em relação aos cortes nas taxas de juros por causa da inflação teimosa, que deve se agravar ainda mais devido à imposição de tarifas”, explica o analista da GlobalData, Murthy Grandhi, em comunicado.
JPMorgan Chase continua na liderança
Assim, a liderança do ranking dos 25 maiores bancos mundiais continua na mão do norte-americano PMorgan Chase, que cresceu cerca de 17,7% para um valor total de mercado de 679 mil milhões de dólares (cerca de 601,5 mil milhões de euros). Para este crescimento contribuíram as taxas bancárias de investimento mais elevadas na área de Commercial & Investment Bank, o que lhe permitiu ultrapassar os seus concorrentes. No entanto, o segundo lugar do final de 2024, o Bank of America, foi ultrapassado pelo terceiro lugar, o chinês ICBC, que cresceu 30% para os 331 mil milhões de dólares (cerca de 293,2 mil milhões de euros).
Os bancos norte-americanos continuam a ter forte presença na tabela mundial. O Goldman Sachs e o Morgan Stanley registaram um crescimento de 24,1% e 20,8%, respetivamente, beneficiando da melhoria da atividade do mercado de capitais e do desempenho resiliente da gestão de patrimónios. No entanto, a análise da GlobalData mostra que o valor de mercado do TD Bank diminuiu 1,1% para 105,9 mil milhões de dólares (cerca de 93 mil milhões de euros), refletindo o crescimento moderado da banca de retalho e as preocupações com o crédito malparado nas hipotecas, num contexto de arrefecimento do mercado imobiliário canadiano.
Bancos chineses crescem a bom ritmo
Por outro lado, o valor de mercado dos quatro maiores bancos chineses – ICBC, Bank of China, Agricultural Bank of China e China Construction Bank – cresceu entre 15% e 40%, crescimento este impulsionado pelo crescimento dos empréstimos, pelo apoio do governo ao financiamento de infraestruturas e pela melhoria dos indicadores de qualidade dos ativos.
Os bancos europeus também apresentaram bons resultados no final de março, como o HSBC Holdings, cujo valor cresceu cerca de 37%, para os 203,4 mil milhões de dólares (cerca de 180,2 mil milhões de euros). O DBS Group Holdings registou um aumento de 43,3% do seu valor, passando para os 99 mil milhões de dólares (cerca de 87,7 mil milhões de euros). Neste crescimento desataca-se ainda o banco espanhol Santander que cresceu 33%, para os 102,9 mil milhões de dólares (cerca de 91,2 mil milhões de euros).
“As perspetivas para o segundo trimestre de 2025 dependem das negociações comerciais, das respostas da política monetária e das tendências económicas mundiais, que permanecem altamente incertas.”, diz Murthy Grandhi, analista da GlobalData.
“A GlobalData prevê que as últimas tarifas dos EUA aumentaram os receios de uma recessão global, o que poderá reduzir as despesas dos consumidores e os empréstimos às empresas, afetando assim negativamente a procura de empréstimos e a rentabilidade dos bancos”, diz o analista da GlobaData. Acrescenta ainda que os mercados financeiros mundiais registaram uma maior volatilidade, com um declínio significativo das ações do sector bancário e riscos crescentes de incumprimento dos empréstimos. Murthy Grandhi alerta: “Para mitigar estes efeitos, os bancos devem diversificar os fluxos de receitas, reforçar a gestão do risco e investir na transformação digital. As perspectivas para o segundo trimestre de 2025 dependem das negociações comerciais, das respostas da política monetária e das tendências económicas mundiais, que permanecem altamente incertas.”