
O Novo Banco registou um lucro de 177,2 milhões de euros no primeiro trimestre de 2025, um ligeiro decréscimo de 3, 4 milhões face aos 180,7 milhões registados em igual período do ano anterior. Segundo informa o banco nesta terça-feira, o resultado está “em linha com as expectativas”, sendo suportado por um modelo de negócio “consistente e diversificado”, impulsionado pelo franchising de crédito a empresas e de crédito habitação e pela elevada adoção do digital.
O Novo Banco informa que registou um produto bancário comercial de 363,4 milhões de euros, ligeiramente abaixo dos 374 milhões registados no período homólogo, traduzindo uma queda de 2,8%, mas ainda assim em linha com as expetativas do mercado.
Este desempenho reflete, por um lado, uma margem financeira de 279,1 milhões de euros (face aos 299 milhões no 1T24) e, por outro, um aumento de 12,3% nas comissões, que totalizaram 84,3 milhões de euros, impulsionadas pelo crescimento da base de clientes (+4,9% face ao período homólogo) e pela dinamização das iniciativas comerciais.
A margem financeira foi influenciada por um crescimento de 3,6% no valor médio dos empréstimos a clientes, com a respetiva taxa a situar-se nos 2,77% (vs 2,88% no 1T24).
No que diz respeito à eficiência, o rácio cost-to-income situou-se nos 34,5%, em linha com o objetivo traçado para o final do ano (~35%), refletindo o foco contínuo na simplificação e otimização dos processos internos. Os custos operativos atingiram 125,2 milhões de euros, praticamente estáveis face à média de 2024 (+0,4%). O rácio CET 1 situa-se nos 16,0%.
“Os resultados do primeiro trimestre de 2025 estão em linha com as nossas expectativas e confirmam a força e a resiliência do nosso modelo de negócio. O banco encontra-se na trajetória correta para atingir os objetivos propostos para o ano de 2025, com uma sólida performance assente na execução disciplinada da dinâmica comercial e do enfoque contínuo na eficiência. O novobanco está hoje melhor posicionado para apoiar as famílias e as empresas portuguesas ao longo da sua vida, com um balanço mais sólido, melhor acesso ao mercado e um claro enfoque na criação de valor a longo prazo”, refere Mark Bourke, CEO do Novo Banco.
Os créditos não produtivos (NPL) apresentaram uma redução de 1,5% nos primeiros três meses de 2025 para 851M€. O rácio líquido NPL situou-se em 0,2% (dez/24: 0,1%) e o rácio de NPL bruto em 3,2% (dez/24: 3,3%), com um nível de cobertura de 94,2% (dez/24: 96,6%).
A taxa média dos ativos financeiros diminuiu -47pb, de 4,54% em 2024 para 4,07%, devido principalmente ao ‘repricing’ dos empréstimos a clientes, tendo em conta o ambiente de redução das taxas de juro, com a taxa média dos empréstimos a clientes a diminuir para 4,44% (-70pb vs 2024), explica o banco em comunicado.
Relativamente à captação de recursos, o banco refere que os recursos totais aumentaram para 44,3mM€ (dez/24: 42,5mM€), com a representatividade dos depósitos a atingir 68,1% no financiamento da atividade. “Apoiado por um sólido franchising e uma forte relação com os clientes”, os depósitos cresceram para 30,2mM€ (+3,0% face a mar/24; +1,4% face a dez/24).
Os custos operativos ascenderam a 125,2M€ (+0,4% vs a média de 2024), com 68,4M€ de custos com pessoal (+1,2% vs média de 2024), 43,9M€ de gastos gerais administrativos (+0,5% vs média de 2024) e 13,0M€de amortizações (-4,1% vs média de 2024; ou +14% excluindo write-offs efetuados em 2024), denotando os investimentos realizados no âmbito do processo de transformação.
O impulso do digital
O banco destaca pela positiva a aceleração digital que está a levar a cabo. No relatório apresentado dá conta de que o banco está a desenvolver “um programa de transformação holístico, centrado no reforço do seu papel na economia portuguesa”. Refere que 71,4% dos clientes são ativos digitalmente, o que representa um aumento de 3,8pp em relação ao ano anterior. O número de clientes móveis ativos cresceu 6pp em relação ao ano anterior, com 63,8% dos clientes ativos na aplicação móvel.
O Novo Banco registou uma “mudança significativa” para as operações em modo ‘self-service’, com 79% das operações do segmento de retalho realizadas através de canais de ‘self-service’ (+3pp vs dez/24). Nos segmentos de negócios e empresas, os números são ainda mais elevados, com 87% e 95%, respetivamente.
O banco explica que atualmente 85% das interações com os clientes ocorrem através de canais digitais, impulsionados por um aumento de 5pp face ao período homólogo nos logins móveis. “Esta mudança apoia a abordagem mobile-digital-first do Novo Banco e reflete a alteração do comportamento dos clientes no sentido de um serviço bancário mais conveniente e acessível”, refere no comunicado.
Acionistas aprovam redução de capital social
O Novo Banco, na sua assembleia geral de acionistas, aprovou a proposta de redução do capital social do banco em 1,1 mil milhões de euros. A informação foi comunicada nesta segunda-feira à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários.
De acordo com a empresa, esta operação teve como objetivo “libertar excesso de capital” e o “montante correspondente à redução será distribuído pelos acionistas no valor de 2,2 euros por ação. O banco informa ainda que o número de ações vai permanecer inalterado.
A instituição tem estado em destaque nos últimos meses, desde que foi anunciado o fim antecipado do Mecanismo de Capital Contingente, que permite aos acionistas colher os lucros acumulados e vender a sua parte. O banco anunciou também que vai fazer um IPO, com vista a ser cotado na Bolsa de Valores de Lisboa, como avançou na altura o Jornal PT50.