
Luís Montenegro assegurou esta quarta-feira que o seu Governo não irá desviar verbas para responder a um maior investimento em Defesa no quadro dos compromissos assumidos na NATO.
“Rigorosamente zero. Não vamos mexer um cêntimo” em áreas sociais, garantiu, em entrevista à RTP, depois de participar na Cimeira da Aliança Atlântica, em Haia, nos Países Baixos.
O primeiro-ministro começou por alertar que “temos hoje as nossas democracias sob grave ameaça, desde logo com guerras à porta da Europa”, para, em seguida, dizer que o Executivo irá “olhar para os três ramos das Forças Armadas” e “reforçar o Exército”, em particular.
Montenegro nega que a revisão em alta dos gastos com Defesa no âmbito da NATO correspondam a uma indústria de guerra. “É a indústria da paz, daqueles que precisam de estar habilitados”, corrigiu.
Nova lei da nacionalidade “não é contra ninguém”
Rejeitando qualquer acordo de coligação ou acordo parlamentar permanente com o Chega e o PS, o primeiro-ministro enquadrou as mudanças na lei da nacionalidade como a resposta a “novas circunstâncias”. A nova lei “não é contra ninguém”, garantiu, pedindo o “maior consenso possível” sobre imigração.
Montenegro disse “reconhecer” que o Chega tem propostas nas áreas de “regulação e integração”. Portugal deve ser “um porto seguro para acolher investimento” num “mundo perigoso”, acrescentou.
No plano económico, mostrou-se confiante de que chegará ao final de 2025 com um novo excedente orçamental e anunciou descidas das taxas de IRS até ao 8º escalão. “Estamos plenamente confiantes de que vamos chegar ao fim do ano com as contas publicas equilibradas e com um novo excedente orçamental.”
“Não descobrimos nenhuma mina de ouro para pagar estas despesas, mas estamos a exercer uma política que eu, como líder da oposição, defendi”: a de “retribuir o esforço fiscal dos portugueses” quando “a execução orçamental o permitisse”, disse ainda, garantindo que o Governo está a gerir as contas públicas com “equilíbrio e sentido de responsabilidade”.
O chefe do Executivo prometeu uma reforma do Estado “implacável”, sublinhando não se “importar de fixar um objetivo muito ambicioso”. Sobre o combate à corrupção, disse: “Com menos regras garanto que o espaço da corrupção também vai diminuir.”