No primeiro trimestre de 2025, o Abanca registou um lucro de 220 milhões de euros, o que corresponde a mais 38,9% do que em igual período de 2024. Em comunicado, o banco liderado por Juan Carlos Escotet sublinha que o grupo tem "um sólido nível de rentabilidade de 15,2%, claramente acima do custo de capital".

A margem financeira (diferença entre juros pagos nos depósitos e juros cobrados nos créditos) "aumentou 7,8% e as receitas de serviços cresceram 22%, resultando num aumento da margem base de 10,1%, para 494,8 milhões de euros", não havendo ainda reflexo da redução dos juros por parte do Banco Central Europeu.

O grupo que comprou o EuroBic em 2024 afirma ainda que a solidez da rentabilidade "reflete o crescimento eficiente do negócio, que já atingiu os 130 mil milhões de euros, com um crescimento em todas as áreas de negócio e geografias". Portugal tem um peso de 16% no negócio do Abanca, mas o grupo espanhol não divulga os resultados da operação da sucursal em Portugal nem os indicadores do EuroBic.

O Abanca afirma ainda que nos "últimos 12 meses, a instituição registou mais de 141 mil novos clientes. Destes, mais de 36.000 (25.000 em Espanha e 11.000 em Portugal) ocorreram no primeiro trimestre deste ano, o que representa um aumento de 23% face ao mesmo período de 2024. Mais de 70% dos novos clientes provêm de regiões fora da zona de origem do banco".

E acrescenta ainda que "a base de clientes é ainda complementada pela sua filial de crédito ao consumo, o Abanca Servicios Financeiros, que somou 108.000 novos clientes no último ano, ultrapassando assim a marca dos 900.000 clientes".

O grupo espanhol refere ainda no comunicado que se registou "uma capacidade de crescimento significativa, tanto no crédito como na captação de recursos", e que os novos contratos aumentaram "52,9% em termos anuais em Espanha, com especial destaque para o crescimento de 77,9% no crédito a longo prazo a empresas e de 39,5% nas hipotecas".

"Em Portugal, também componente da sua forte operação ibérica, as novas formalizações multiplicaram-se por cinco em relação ao mesmo período do ano anterior. As novas operações de crédito a longo prazo com empresas triplicaram e o crédito à habitação cresceu 7,9% em termos anuais". No que diz respeito aos recursos fora do balanço, estes "ultrapassaram os 17 mil milhões de euros, após um crescimento anual de 16,9%. No primeiro trimestre de 2025, o Abanca conquistou uma quota de 6,7% das subscrições líquidas de fundos de investimento em Espanha".


Crédito e recursos crescem a dois dígitos

O volume de negócios do Abanca cresceu 130 milhões de euros, mais 14,8% do que em 2024.

"A concessão de crédito em condições normais aumentou 11,4% para 49.645 milhões de euros, tendo o setor privado sido o principal destinatário. As empresas, com 47% do total, e os particulares, com 39%, continuaram a ser os principais destinatários", informa o banco em comunicado. "O crédito a clientes ascendeu a 50 mil milhões de euros.

Também a captação de recursos de clientes "manteve a mesma dinâmica expansiva, com um crescimento de 17% face ao ano anterior, atingindo um volume total de 79,65 mil milhões de euros. Do total dos recursos de clientes, 78% correspondiam a depósitos à ordem e a prazo, e os restantes 22% a recursos fora do balanço" .

O Abanca sublinha também que a "evolução dos custos está influenciada pela incorporação do EuroBic no perímetro de consolidação e pelo esforço adicional para reforçar a capacidade de atendimento ao cliente, a proteção contra riscos cibernéticos, a expansão do negócio e a melhoria da remuneração dos colaboradores". Os custos subiram de 242 milhões para 280 milhões de euros no período em análise.

E acrescenta que ainda assim, a "combinação do crescimento das receitas recorrentes com o controlo dos custos permitiu continuar a melhorar a eficiência, apesar da descida das taxas de juro. Assim, o rácio de eficiência situou-se nos 52,4%, o que representa uma melhoria.