
O duplo efeito da descida das taxas de juro registou no mês de maio um impacto significativo. Segundo os dados revelados nesta sexta-feira pelo Banco de Portugal, do lado da remuneração dos depósitos (passivo bancário), maio foi o 17º mês consecutivo de descida dos juros pagos pelos bancos. A taxa de juro média ficou no 1,49% quando há um ano estava nos 2,72%.
Portugal é dos piores países a remunerar a poupança dos depositantes nos 21 Estados da Zona Euro. A média da remuneração dos depósitos naquele espaço era em maio de 1,87%. Nos Países Baixos, estão os bancos que melhor remuneram, com uma taxa média superior a 2,5%, e é o Chipre quem paga pior com uma remuneração de 1%.
Mesmo com esta fraca remuneração, as famílias portuguesas continuam a aumentar o dinheiro que aplicam em depósitos a prazo, atingindo os 13 mil milhões de euros em maio, mais 123 milhões do que em abril.
Nos novos depósitos com prazo até um ano, a taxa de juro média diminuiu 0,15 pontos percentuais (pp), para 1,50%. “Esta continuou a ser a classe de prazo com a remuneração média mais elevada e representou 95% dos novos depósitos em maio”, refere o Banco de Portugal.
Do lado do crédito (ativo bancário) também se registou uma descida significativa. A taxa de juro média das novas operações de crédito à habitação fixou-se, em maio, nos 2,96%, a maior queda nos últimos nove meses.
Para a compra de casa o montante de novos contratos aumentou 250 milhões de euros, para 2045 milhões de euros em maio. O crédito concedido a mutuários com idade igual ou inferior a 35 anos representou 58% do montante de novos contratos para habitação própria permanente concedidos (excluindo os novos contratos para consolidação de crédito e as transferências de crédito para outra instituição), valor igual ao observado em abril.
Em maio, 72% dos novos empréstimos à habitação foram contratados a taxa mista (isto é, com taxa de juro fixa num período inicial do contrato, seguido de um período com taxa de juro variável). O peso dos contratos a taxa mista diminuiu 1 ponto percentual (p.p.) relativamente a abril. Em maio, os contratos a taxa mistarepresentavam 38% dostockde crédito à habitação.
A prestação média mensal dostockdos empréstimos à habitação diminuiu um euro em maio, fixando-se nos 406 euros, o valor mais baixo desde setembro de 2023.