
A remuneração dos novos depósitos a prazo dos particulares caiu em abril pelo 16.º mês consecutivo, para 1,64%, atingindo o valor mais baixo desde maio de 2023, divulgou nesta quarta-feira o Banco de Portugal (BdP). Segundo dados do supervisor bancário, a taxa de juro média dos novos depósitos a prazo de particulares recuou em abril 0,05 pontos percentuais (pp) face a março e compara com 2,75% no mesmo mês do ano passado.
Esta é a remuneração mais baixa dos depósitos a prazo pelos bancos portugueses desde maio de 2023 (1,39%), depois de em dezembro do mesmo ano ter atingido um máximo de 12 anos de 3,08%. Desde aí que esta taxa tem recuado de forma consecutiva.
No final de abril, o montante de novos depósitos a prazo de particulares atingiu 12,97 mil milhões de euros, mais 61 milhões de euros que em março e 21,8% acima do valor homólogo.
Apesar da redução, os depósitos a prazo até um ano “continuaram a ser a classe de prazo com a remuneração média mais elevada e representou 96% dos novos depósitos em abril”. No quadro europeu, a média também registou uma queda, de 0,12 pp em abril, fixando-se em 1,99% e ficando abaixo dos 2% pela primeira vez desde fevereiro de 2023.
Portugal subiu uma posição e é agora o quinto país do euro com a taxa de juro média mais baixa.
Junto das empresas, a remuneração média para depósitos a prazo passou de 2,16% em março, para 2,01% em abril, tendo os novos depósitos somado 9,85 mil milhões de euros (mais 366 milhões de euros em cadeia e mais 23,3% em termos homólogos).
Após um período de estímulo nas remunerações dos depósitos – com o aumento das taxas de juro diretoras -, a taxa de juro associada voltou a descer. No final de maio, a comissária Europeia para os Serviços Financeiros e União da Poupança e dos Investimentos, Maria Luís Albuquerque, considerou que “é seguro que se perde dinheiro” nos depósitos a prazo.
“Nós habituámo-nos a pensar que os depósitos bancários são seguros e não têm risco, eu diria que, neste momento, é seguro que se perde dinheiro, porque a rentabilidade real é negativa”, afirmou a comissária na conferência anual da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), em 30 de maio. No entender de Maria Luís Albuquerque, enquanto no mercado de capitais há “risco de perda”, nos depósitos tem havido “uma certeza de perda nos últimos anos”.
Agência Lusa
Editado por Jornal PT50