"O projeto tem como objetivo acolher mais de 200 estudantes para a realização de diversas atividades, como aulas, aplicação de novas tecnologias, extensão rural e melhoria da qualidade de atendimento aos estudantes internos", refere-se num comunicado da Embaixada nipónica em Moçambique.

O financiamento foi disponibilizado através do programa do Governo japonês de Assistência para Projetos Comunitários e Segurança Humana (Apc) e será implementado pela instituição de educação.

De acordo com a embaixada, os edifícios que serão construídos poderão beneficiar outros jovens de comunidades circunvizinhas do instituto, especialmente as mulheres da região.

O Governo japonês, um dos principais financiadores de projetos em Moçambique, garantiu recentemente que vai manter a cooperação com o país, pedindo ao executivo moçambicano uma rápida estabilização da segurança e "diálogo" entre todas as partes, face à tensão pós-eleitoral no país.

"O Japão tenciona continuar a cooperação com Moçambique para a prosperidade dos povos de ambos os países, com base na amizade de longa data", refere-se numa declaração do porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros japonês, Kitamura Toshihiro, citado numa nota divulgada pela Embaixada nipónica em Maputo.

"O Japão espera que o novo Governo de Moçambique garanta uma situação de segurança estável o mais rapidamente possível e promova ainda mais a política democrática, promovendo diálogo entre todas as partes interessadas", acrescenta-se, a propósito da investidura, no passado dia 15, de Daniel Chapo como quinto Presidente de Moçambique.

O processo em torno das eleições gerais de 09 de outubro ficou marcado por consecutivas manifestações convocadas pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane, que não reconhece os resultados eleitorais, as quais degeneraram em violência, saques e destruição de infraestruturas públicas e privadas, com registo de pelo menos 327 mortos e cerca de 750 pessoas baleadas.

O Japão anunciou anteriormente que vai doar mais de 50 milhões de euros para projetos em Moçambique, conforme acordos assinados em março de 2024 em Maputo, o primeiro país a implementar o novo modelo de cooperação internacional definido pelo Governo japonês.

"Esta cooperação, em que projetos em diferentes domínios são executados sob a forma de um pacote, foi apresentada na nova Carta de Cooperação para o Desenvolvimento aprovada pelo Conselho de Ministros no ano passado. Moçambique será o primeiro país onde o Governo japonês irá implementar esta nova forma de cooperação", anunciou na altura o embaixador do Japão em Maputo, Hamada Keiji.

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