Os preços no consumidor, excluindo alimentos frescos, aceleraram pelo terceiro mês para 3,7% em relação ao ano anterior em maio, de acordo com um comunicado do Ministério dos Assuntos Internos divulgado hoje.

Trata-se do ritmo mais rápido desde janeiro de 2023 e superior à estimativa média de 3,6% dos economistas inquiridos pela Bloomberg.

A inflação no setor da alimentação foi novamente um dos principais impulsionadores, com o preço do arroz - o alimento básico do país - a aumentar 102% em relação ao ano anterior.

Os preços dos serviços, um indicador observado de perto pelo Banco do Japão (BOJ), subiram 1,4% em relação ao ano anterior, ligeiramente mais do que 1,3% em abril.

O relatório surge numa altura em que o Governo minoritário conduzido por Ishiba e os partidos da oposição debatem a forma de reduzir as repercussões junto da população do aumento do custo de vida, que contribuiu para o maior revés eleitoral do partido no poder desde 2009, no outono passado.

O elevado crescimento dos preços também sustenta a predisposição do BOJ para um aumento das taxas, numa altura em que a instituição aguarda clareza sobre as medidas tarifárias dos Estados Unidos e o seu impacto económico na quarta maior economia do mundo.

A inflação japonesa tem estado a evoluir ao ritmo mais rápido entre as nações do Grupo dos Sete nos últimos tempos e tem-se mantido dentro ou acima do objetivo de 2% do BOJ há mais de três anos.

Com as eleições para a câmara alta do Parlamento japonês previstas para 20 de julho, Ishiba prometeu dar dinheiro às famílias, e os partidos da oposição exigem a primeira redução de sempre do imposto sobre as vendas (IVA) no Japão.

Para acalmar o descontentamento da opinião pública com a subida dos preços do arroz, o governo tomou uma série de medidas para baixar o custo do cereal, ajudando a aumentar a sua popularidade, que atingiu recentemente um mínimo histórico numa sondagem dos media locais.

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