
Um dia depois da reunião do Banco Central Europeu (BCE), que decidiu manter as taxas de juro inalteradas nos 2%, sinalizando uma possível mudança na política monetária, o governador do Banco de França, François Villeroy de Galhau, emitiu uma declaração contundente, apelando à união da Europa contra “o protecionismo americano”.
O responsável recorda as razões que levaram o BCE a não mexer nas taxas de juro, afirmando que “o Conselho do BCE considerou que existem riscos para o crescimento, com um nível de incerteza que permanece muito elevado”, acrescentando ainda que “a inflação — e com ela os salários — está controlada na zona euro, está em linha com a nossa meta de 2%, e em França é ainda mais baixa, em 0,9%”.
Relativamente às tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos, “cuja magnitude ainda é incerta, estas não deverão provocar uma subida da inflação, enquanto a valorização do euro face ao dólar representa um efeito desinflacionário significativo”.
François Villeroy de Galhau sublinha que “é importante manter uma postura totalmente aberta em relação às próximas decisões de política monetária”. “Mais do que nunca, num ambiente volátil, é necessário um pragmatismo ágil, baseado em dados e previsões. Além disso, é essencial que a Europa reforce, finalmente, a sua integração económica e financeira face ao protecionismo americano”, conclui.