Os bancos portugueses estão a conceder mais crédito para a compra de casa e a receber mais depósitos dos seus clientes. Segundo revelou o Banco de Portugal nesta segunda-feira, no relatório sobre empréstimos e depósitos bancários, os empréstimos de crédito à habitação aumentaram 960 milhões de euros relativamente a abril, o que em termos acumulados somam 106,1 mil milhões no final do mês de maio. Em termos homólogos, o crescimento totalizou 6,8%, o maior registado desde agosto de 2008.

Todo o crédito a particulares está em alta. O crédito ao consumo e para outros fins subiu 222 milhões de euros face a abril, totalizando no final de maio 32,1 mil milhões. O crescimento face a maio de 2024 foi de 7,1%.

A maior subida ocorreu no crédito automóvel com um aumento de 10,1% (mais 80 milhões do que em abril), seguida dos cartões com 7,5% (mais seis milhões) e do crédito pessoal com um aumento de 7,3% (mais 74 milhões de euros).

No segmento das empresas, os empréstimos totalizaram 73,1 mil milhões de euros, mais 617 milhões do que no final de abril. O crescimento relativamente ao período homólogo foi de 2,7%, também o mais elevado desde junho de 2022.

Do lado do passivo bancário, os depósitos de particulares cresceram 5,6% em maio, mas em termos anuais estão a desacelerar pelo sétimo mês consecutivo. No final de maio, o montante total de depósitos nos bancos totalizou 194,1 mil milhões de euros, o que representou mais 946 milhões do que em abril.

Os depósitos à ordem somaram mais 608 milhões de euros em maio e os depósitos a prazo cresceram 338 milhões. Apesar disto, e em termos anualizados, o crescimento dos depósitos tem vido a abrandar desde novembro de 2024.

Em sentido inverso têm evoluído os certificados de aforro, cujas subscrições líquidas têm vindo a subir precisamente desde novembro de 2024. Em maio, a subscrição daqueles instrumentos de poupança totalizou 37,4 mil milhões de euros, mais 475 milhões do que o registado durante o mês de abril.

Esta transferência dos depósitos para os certificados de aforro deve-se à fraca rentabilidade oferecida pelas instituições bancárias. Recorde-se que a taxa de juro média para os novos depósitos está em queda há 15 meses consecutivos, fixando em março deste ano em 1,69%, segundo os últimos dados do Banco de Portugal.