
O presidente da Autoridade da Concorrência, Nuno Cunha Rodrigues, defendeu nesta quarta-feira a criação de um portal para a comparabilidade dos vários depósitos a prazo oferecidos pelas instituições financeiras. O responsável falava na Comissão Parlamentar de Economia e Coesão Territorial, tendo insistido na necessidade da criação deste tipo de instrumento, junto do Banco de Portugal, para que os consumidores possam ter uma noção clara da rentabilidade e dos custos associados às diferentes ofertas bancárias.
Trata-se de uma ideia que Nuno Cunha Rodrigues já havia proposto aquando da sua nomeação como presidente da Autoridade da Concorrência. Na altura, em abril de 2023, defendeu a criação “institucional” de simuladores que permitam aos consumidores comparar as ofertas comerciais dos bancos.
Numa intervenção na Comissão de Economia e Finanças do Parlamento, Nuno Cunha Rodrigues sublinhou que, apesar de já existirem simuladores de crédito ao consumo e de crédito à habitação, bem como “portais oferecidos por intermediários financeiros que permitem comparar as ofertas ao nível da remuneração dos depósitos a prazo”, o processo de comparação de diferentes alternativas “pode ainda ser difícil para alguns”. Concluiu, assim, que “uma forma de mitigar estas limitações poderia passar pela disponibilização de simuladores institucionais que permitam a todos os consumidores comparar as alternativas disponíveis no mercado para depósitos a prazo, contas de pagamento ou outros produtos bancários”.
Recorde-se que o Banco de Portugal já disponibiliza dois comparadores: um relativo ao preçário das contas e outro sobre comissões. No entanto, nenhum destes instrumentos permite comparar a rentabilidade dos depósitos a prazo oferecidos em Portugal. Existem também alguns bancos que disponibilizam os seus próprios comparadores, focando-se sobretudo nos produtos que oferecem em relação à concorrência direta.