O Programa Saudita de Desenvolvimento e Reconstrução para o Iémen anunciou a atribuição através da sua conta na rede social X, detalhando que 300 milhões de dólares (288 milhões de euros) serão entregues sob a forma de um depósito ao Banco Central do Iémen, e que será feito um pagamento adicional para ajudar a resolver o défice orçamental de 200 milhões de dólares (192 milhões de euros).

"Com esta nova ajuda, a subvenção saudita ao Iémen ascendeu a 1,2 mil milhões de dólares", acrescentou o Programa, em referência às várias ajudas que o reino árabe concedeu desde 2018 ao seu vizinho iemenita, a braços com uma dura crise humanitária, além do conflito interno com os rebeldes houthis.

O novo depósito no Banco Central do Iémen visa aumentar as reservas do banco, estabilizar as taxas de câmbio, aumentar as quantidades de importações de produtos básicos, estabilizar os seus preços e apoiar o setor privado, além de melhorar as condições de vida do povo iemenita, refere o comunicado.

A nova verba destinada a ajudar a resolver o défice orçamental destina-se a "contribuir para o pagamento regular dos salários e vencimentos, cobrir despesas operacionais inevitáveis e apoiar a economia nacional de forma a permitir que o governo iemenita cumpra as suas outras obrigações e reformas económicas".

O presidente do Conselho de Liderança Presidencial do Iémen, Rashad Al Alimi, agradeceu à Arábia Saudita a "generosa doação", que considerou ser um "firme compromisso" do reino saudita "para aliviar o fardo da crise humanitária e apoiar as aspirações do povo iemenita à estabilidade, à paz e ao desenvolvimento".

O Primeiro-Ministro do Iémen, Ahmed bin Mubarak, também partilhou na rede social X o agradecimento pelo "apoio contínuo e generoso" da Arábia Saudita ao povo iemenita "em todas as circunstâncias".

"Este apoio permitirá ao Governo iemenita pagar os salários dos funcionários do Estado e conter a deterioração do preço da moeda. Permitirá igualmente prosseguir com determinação o programa de reforma financeira e administrativa e a luta contra a corrupção", acrescentou.

A contribuição da Arábia Saudita para o Iémen surge um dia depois do bombardeamento israelita do aeroporto internacional de Sana, do porto de Al Hodeida e de várias centrais elétricas, o que representa um novo desafio de reconstrução e investimento, apesar de estas zonas estarem sob controlo dos houthis.

O governo internacionalmente reconhecido do Iémen está sediado em Aden desde 2014, quando os houthis - apoiados pelo Irão - tomaram a capital, Sana, e grandes áreas no noroeste do país.

Desde então, o Iémen vive uma guerra que já fez dezenas de milhares de mortos e transformou o país numa das piores catástrofes humanitárias do planeta, com 80 % da população a necessitar de algum tipo de ajuda humanitária, segundo as organizações internacionais.

A situação agravou-se com o início das operações houthi contra navios no Mar Vermelho e no Mar da Arábia, no âmbito da guerra em Gaza, o que tornou o Iémen palco de ataques israelitas, afetando diversas infraestruturas do país.

FP // MAG

Lusa/fim