A WWE viajou até Riade, na Arábia Saudita, para mais um premium live event, o Night of Champions. No final, assistimos a três combates particularmente bons, um novo campeão, uma estreia, apenas um combate que deixou realmente a desejar e demasiados dirty finishes para um evento especial. Aqui fica, combate a combate, a análise ao Night of Champions.

FINAL PODIA SER MELHOR, MAS CODY É REI

Na abertura do Night of Champions, tivemos a final do King of the Ring, entre Cody Rhodes e Randy Orton. Durante um combate que viu o American Nightmare fazer algumas coisas mais heel do que é habitual, os instantes finais viram Orton a tentar trazer uma cadeira, mas o árbitro não permitiu. Isso levou a que a própria Víbora expusesse um canto do ringue, mas Orton foi atirado contra esse canto e levou um Cross Rhodes que fez com que Cody se tornasse King of the Ring.

Pessoalmente, não fui fã do final do combate, apenas porque o canto devia ter sido exposto uns cinco ou dez minutos antes do final, em vez de Orton ser imediatamente atirado contra o canto e perder. Tirando isso, foi um combate fantástico. Demasiados finishers para o meu gosto, mas apreciei o facto de Rhodes ter sido mais vilão do que herói, com o público também a reagir dessa forma. Cody tem agora caminho aberto para desafiar John Cena no SummerSlam, com a diferença de que agora já não hesita em fazer o que é preciso para vencer.

UMA DAS BOAS SURPRESAS DA NOITE

De seguida, tivemos uma Street Fight entre Rhea Ripley e Raquel Rodriguez. Nos momentos finais, foi colocada uma mesa na corda superior, com Ripley a fazer com que a cabeça de Raquel batesse várias vezes na mesa, antes de terminar o combate com um Avalanche Riptide da mesa até ao tapete.

Excelente final e excelente Street Fight no geral. Até conseguiu ser diferente de um Last Woman Standing Match que tinha acontecido no SmackDown 24 horas antes. Gostei de ver o número de oportunidades que Raquel teve para dominar Rhea. Foi o melhor combate de Rodriguez desde que voltou no ano passado, e, com Liv Morgan de fora, Rodriguez precisa de ser elevada desta forma. Já que Ripley ia vencer, eu pessoalmente não teria colocado Roxanne Perez a interferir.

KROSS DEVIA TER VENCIDO?

Sami Zayn teve o seu habitual combate na Arábia Saudita, defrontando um Karrion Kross cuja popularidade tem vindo a crescer. Depois de Sami sobreviver a um Kross Jacket, Karrion continuou a atacar Sami, mas, quando correu para uns dos cantos, Zayn apanhou-o com um Helluva Kick para a vitória.

Este foi um dos melhores combates de Kross no main roster e também em toda a sua carreira na WWE, apesar de ter sido previsivelmente lento. Fiquei com a sensação de que Karrion devia ter ganho, uma vez que Zayn não ganha muito com esta vitória, ao contrário do que Kross ganharia. Mas, sendo na Arábia Saudita, não foi uma surpresa.

HIKULEO ESTREIA-SE, SOLO SIKOA É CAMPEÃO

Jacob Fatu defendeu o título dos Estados Unidos contra o seu antigo ‘chefe tribal’ Solo Sikoa. Depois de interferências de JC Mateo e de um regressado Tonga Loa, que Fatu conseguiu contra-atacar, Hikuleo fez a sua estreia (não foi chamado por esse nome) e aplicou um chokeslam a Jacob na mesa de comentadores, antes de Solo terminar com um Samoan Spike, ganhando o seu primeiro título de singulares no main roster.

A interferência de Hikuleo fez sentido e este foi o booking certo, com Fatu a enfrentar real adversidade pela primeira vez, que é algo que precisa de acontecer, sobretudo como babyface. O grupo de Sikoa também precisava de mais um homem e já são quatro outra vez, sendo que ainda falta o Tama Tonga. Fatu deve recuperar o título em breve, mas Solo merece um título e a estreia de Hikuleo foi uma boa surpresa.

CARGILL É RAINHA, MAS…

Depois de Cody Rhodes se ter tornado King of the Ring no início da noite, chegava a vez de Jade Cargill e Asuka decidirem quem ia ser Queen of the Ring. Nos instantes finais, a japonesa procurou atacar com um Empress Impact, mas Jade apanhou-a e aplicou rapidamente o seu finisher, Jaded, para uma vitória repentina. Durante o pin, Cargill até pareceu levantar um dos ombros de Asuka, num momento que, ao contrário do King of the Ring do ano passado, não foi apanhado pelas câmaras.

Algumas partes do combate foram boas e Asuka foi caracterizada como a wrestler mais talentosa, o que é um facto e era o que tinha de acontecer. Mas houve outras partes do combate que foram mal feitas e o final foi demasiado abrupto, à semelhança do King of the Ring. Este foi o pior combate do show e também o mais curto.

FOI BOM, MAS NÃO PRECISAVA DE TANTO

O último combate da noite era também o mais aguardado, com John Cena a defender o título da WWE contra um dos seus grandes rivais ao longo da carreira, CM Punk. E este combate pode dividir-se em dois momentos. Um primeiro, de 15 minutos, em que ambos os competidores proporcionaram um espetáculo bastante bom, com Cena em particular a mexer-se bastante bem para alguém que já não faz isto com regularidade.

Depois disso, veio toda a interferência, com CM Punk a chamar um árbitro, porque o primeiro tinha sido derrubado. Seth Rollins apareceu, foi atacado. Depois veio o árbitro Charles Robinson, mas Cena atacou-o, num clipe que promete ficar para a história nas redes sociais. Bron Breakker, Bronson Reed, Penta e Sami Zayn interferiram todos. No final, Punk procurou o GTS em Cena, Rollins atacou-o com a mala do Money in the Bank e um Stomp, Cena atirou Rollins para fora do ringue e fez o pin em CM Punk, mantendo o título.

Já sabíamos que este combate não iria terminar de forma limpa e que Punk seria sempre protegido na derrota. Os 15 minutos iniciais foram de grande qualidade entre um homem que se vai retirar este ano e outro que já não tem muito mais anos de carreira de wrestling pela frente. A segunda metade do combate deixou-me dividido.

Na minha opinião, não havia nenhum motivo para Penta e Sami Zayn interferirem aqui. Em alternativa, eu preferia que Cena e Punk fizessem equipa mais tempo para contra-atacar a interferência de Breakker e Reed e depois faziam o que fizeram no final, com Punk preparado para o ataque de Cena, mas não para o de Seth Rollins. Foi bom ainda assim, mas seria melhor sem aqueles dois minutos em que Cena e Punk não foram o foco principal.